Meligeni usa TV e descontração para tentar aproximar o tênis das pessoas
De um cara que plantou bananeira em semifinal de Copa Davis não dá para esperar um programa de televisão quadrado. E nem é esta a proposta de Fernando Meligeni no Entrando de Fininho, veiculado na ESPN. O programa está de cara nova, mas os pilares da atração continuam os mesmo: presença de um convidado, bate papo, bate bola e um desafio, que agora é feito num paredão.
A fórmula mistura entretenimento e insere o tema tênis em conversas com músicos, cantores e atletas de outros esportes. Desta maneira o tênis é citado como algo do cotidiano das pessoas e não um esporte elitizado e distante. Tudo conduzido por um Meligeni que precisa se portar bem e fazer bonito porque tem um público seleto em casa. A mulher Carol é atriz e puxa a orelha se não fizer direito.
Mas o ex-tenista não se arrisca, procura ser ele mesmo e transformar as entrevistas em conversas que tratam de outros temas além do tênis. "Tento fazer quase que o quintal da minha casa. Gosto de trazer esta coisa inusitada das pessoas". Meligeni afirma que a intenção é levar o tênis para dentro da televisão em um formato que mostra gente como os cantores Paulo Ricardo e Luiza Possi falando do assunto e batendo bola. Acredita que assim consegue aproximar o telespectador do esporte.
O resultado vira o Entrando de Fininho, que tem três blocos bem definidos com dois quadros exclusivos para internet e outro que é exibido no SportsCenter e Bate Bola 1 e Bate Bola 2, todos programas da ESPN. O desafio é feito numa parede em que são pintados alvos e o participante ganha pontos ao dar raquetadas nos locais corretos.
Antes de começar, há uma espécie de quiz para o convidado ganhar chances extras. Foi com estas perguntas que Meligeni descobriu que o técnico e ex-goleiro Leão manja de tênis. Existe também uma conversa que leva o nome Vestiário do Fininho e por último algumas trocas de bola.
O que o espectador vai encontrar não é uma mesa redonda discutindo táticas, rankings e pontos fortes de jogadores. O Entrando de Fininho tem uma pegada descontraída e para criar este ambiente há colaboração das trilhas sonoras e dos efeitos especiais. Completando o cenário, um apresentador que ri e mostra intimidade com o convidado. "A Luiza Possi falou: "cara te vi jogar". (Eu) Disse: "cantei tua música"". Ele admite que esta sinergia com os participantes facilita.
O jeito moleque de Meligeni se portar na televisão não foi moldado em cima de referências de outros profissionais. Ele diz que age naturalmente e contou com a ajuda de diretores e câmeras nos três anos em que trabalhou na MTV e em mais um ano de TV Cultura para se aprimorar.
Tudo está a serviço do novo Entrando de Fininho que tenta popularizar o tênis. Mas o apresentador sabe que não será de uma hora para outra. "É um trabalho de formiguinha, tenho esta consciência. Estou querendo que vire uma coisa que as pessoas conheçam e gostem".
Por Felipe Pereira
Do UOL, em São Paulo
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