Documentário feito fora da Globo vai além do elogio e exibe lado B de Senna
O "Esporte Espetacular" exibe neste domingo (04) a quarta e última parte de "Ayrton Senna do Brasil". O documentário, feito fora da Globo, mas com apoio da emissora, desenhou até agora um retrato bem rico do piloto, expondo as mais variadas facetas da sua personalidade, incluindo alguns dos pecados que cometeu na carreira.
"Ayrton Senna do Brasil" é assinado pelo jornalista Ernesto Rodrigues, dono da produtora Bizum e autor de uma biografia do piloto, "Ayrton, o Herói Revelado" (editora Objetiva), publicada em 2004.
A produção do documentário levou nove meses e esteve em dez cidades, entrevistando cerca de 70 pessoas. Há muitos depoimentos de brasileiros que acrescentam pouco à história, como os de Pedro Bial e Luciano Huck, por exemplo.
Mas há também muitas entrevistas surpreendentes e reveladoras, como de Niki Lauda, Derek Warwick e John Watson.. O documentário alcança seus melhores momentos justamente ao conversar com pilotos e técnicos que conviveram e/ou rivalizaram com Senna.
Na terceira parte, vista no último domingo (27 de abril), foi possível enxergar, com clareza, como o piloto se comportou mal em alguns episódios-chave de sua carreira, dentro e fora das pistas.
Narrado em forma cronológica, "Ayrton Senna do Brasil" se encerra este domingo mostrando os últimos anos do piloto. É a hora da entrada em cena de Adriane Galisteu, personagem polêmica, como mostrou Rodrigues em sua biografia do piloto.
Para quem esperava um programa de exclusivo enaltecimento de Senna, o documentário surpreendeu positivamente. Sem exageros, mostrou os grandes feitos do piloto, mas não se esqueceu que se tratava de um personagem muito peculiar, também capaz de golpes baixos e feios.
"Ayrton Senna do Brasil" cumpre bem a missão de explicar por que, 20 anos depois da sua morte, o piloto ainda é um ídolo e uma referência esportiva do país, assim como segue respeitado no exterior.
Mauricio Stycer
Do UOL, Em São Paulo
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