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Goycochea vira apresentador de TV e revela tática para pegar pênaltis

UOL Esporte

14/03/2014 06h00


O goleiro Sergio Goycochea ficou conhecido no futebol mundial por ser um grande pegador de pênaltis e ter sido um dos responsáveis pela boa campanha da Argentina no vice-campeonato na Copa do Mundo de 1990, na Itália. Pegou três penalidades nos duelos das quartas de final, contra a Iugoslávia, e na semi, contra a Itália. Hoje, é um dos ícones da TV argentina.

Foi carrasco brasileiro com defesas nas oitavas de final do Mundial de 90 e ao defender uma cobrança de Boiadeiro na da disputa de pênaltis das quartas de final da Copa América de 1993, último título de expressão dos argentinos.

O ex-arqueiro de 50 anos, que chegou a ter passagem pelo futebol brasileiro, no Internacional, se formou em jornalismo depois que encerrou a carreira e comanda um programa esportivo despojado, com um quê de entretenimento, chamado Fox para Todos, na Fox Sports argentina.

"Meu programa não é só sobre esportes, tem variedades também. Faço isso há mais de 13 anos e preferi o caminho da comunicação ao futebol. Nunca tive vontade de ser treinador. Sempre gostei de acompanhar transmissões de futebol pelo rádio e TV e adoro o que faço, sou apaixonado", falou.


O famoso pegador de pênaltis já teve a oportunidade de fazer uma entrevista com a maior estrela brasileira da atualidade, o atacante Neymar, quando o Brasil duelou com a Argentina, em Buenos Aires, pelo Superclássico das Américas.

Disse ter se impressionado com a humildade do craque do Barcelona. Mas revela ter o desejo poder entrevistar um ex-jogador brasileiro que atuou em sua posição.

"Quando o Neymar esteve aqui na Argentina jogando pelo Brasil no estádio do Boca Juniors, ele me recebeu no hotel. Me passou a imagem de um menino muito humilde, muito tranquilo", lembrou.

"Mas eu gostaria mesmo de entrevistar o ex-goleiro Taffarel. Queria uma entrevista mano a mano com Taffarel, porque eu respeito muito a pessoa e o profissional que sempre foi. É um campeão do mundo e jogou na mesma posição que eu joguei", falou.

Goycochea diz que gostaria de abordar como foi se sagrar campeão em um período difícil do futebol brasileiro, que não vencia um Mundial desde os tempos de Pelé, na Copa de 70.

"Ele foi o goleiro do Brasil em um período que a seleção não ganhava um Mundial há muitos anos. Foram 24 anos sem conquista, eu acho que ele foi o baluarte muito importante na consagração do Brasil em 94. Gostaria de falar com ele sobre a experiência de como foi defender na ocasião o Brasil, que é uma das seleções mais importante do mundo."

Sobre a fama de pegador de pênaltis, Goycochea diz que a tática era simples: esperar o rival bater e tentar chegar na bola. "Eu nunca escolhia o canto (antes de o jogador pular). Decidia na hora ao ver como o chutador bateria. Mas eu também procurava informações sobre o batedor, se ele era destro, canhoto ou onde ele costumava chutar", falou, para depois mostrar certa dose de humildade. "Sempre tive um pouco de sorte para defender as cobranças."

Sua tática de esperar para ver a direção da bola depois da cobrança o fez pegar um pênalti de um jogador especial em sua memória: em uma Copa do Brasil, defendeu uma cobrança de Romário, no Maracanã. O hoje apresentador diz que o estilo de batida do "Baixinho" propiciou o êxito. "Tive o prazer de pegar o pênalti de um cara como o Romário, que era mortal dentro da área. Pela característica que tinha, ele não batia tão forte, e assim dava a chance para o goleiro poder chegar (depois de ver o canto que escolheu). Foi o que aconteceu."

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo

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