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Luis Roberto lembra choro após morte de Senna e vê sorte com golaços

UOL Esporte

25/09/2013 06h00

Narrar um golaço, aquele que ficará para a história, marca a carreira de um locutor. Nesse quesito, Luis Roberto, voz da TV Globo nos jogos transmitidos para o Rio de Janeiro, tem tido sorte nos últimos tempos. Foi o experiente profissional quem 'contou' os gols de Neymar pelo Santos no Brasileirão contra o Flamengo, vencedor do Prêmio Puskas de 2011, e de Everton Ribeiro, do Cruzeiro, sobre o mesmo rubro-negro carioca pela Copa do Brasil 2013. Em entrevista ao UOL Esporte, Luis também lembra da cobertura da morte de Ayrton Senna, em 1994.

"É algo imprevisível, você não se prepara para narrar um gol desses. E o jogo do Santos e Flamengo (5 a 4 para o time carioca) foi muito diferente. Era Neymar de lado e do outro o Ronaldinho respondia. Foi espetacular", afirmou Luis. "Já o do Everton foi um com outro grau de dificuldade, mas também espetacular. Dar um chapéu como ele deu não é para qualquer um", completou.

O hoje narrador e apresentador da Globo e do canal fechado SporTV está na história do jornalismo esportivo por ter sido o primeiro a noticiar a morte do ex-piloto Ayrton Senna. E se tem sorte ao narrar os golaços, pode-se dizer que o acaso também o levou a realizar esse feito 19 anos atrás, após o fatídico GP de San Marino.

"Dei uma sorte danada como repórter. Era o primeiro fim de semana com o roaming internacional na Europa e eu trabalhei com um aparelho emprestado. Quando a médica (Maria Teresa Fiandri) informou a morte do Ayrton, todos tiveram que correr para os orelhões e eu fiquei sozinho com ela, ao vivo na rádio Globo", lembra.

Na época, Luis Roberto trabalhava na rádio Globo e cobria todas as provas do calendário. Além de fazer o noticiário, cabia a ele também narrar as corridas, como fez na Itália em 1994.

"Foi uma mistura maluca de sentimentos. Era a partida do maior ídolo brasileiro, o fim de um ciclo, nós éramos setoristas do Ayrton. A ficha só caiu no hotel. Ainda no hospital entrei ao vivo com o Galvão, que me passou o voo do corpo do Ayrton em um guardanapo. Quando voltei para o hotel, encontrei o também jornalista Cândido Garcia e combinei de esperá-lo na recepção para ir ao IML. Aí o choro veio forte. Depois, já no Brasil, fomos jantar após o enterro dele e também chorei", lembrou Luis Roberto.

Atualmente, o narrador trabalha com menos frequência na Fórmula 1 e está mais focado no futebol. Além dos jogos, Luis é 'primeiro reserva' do programa Bem, Amigos do SporTV, onde substitui Galvão Bueno.

"Sempre fiz e adoro o programa. Mas tenho que respeitar, porque o programa é do Galvão, tem o jeito e o formato dele. Não posso mudar, mas gosto muito", afirmou.

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Luis Roberto também se arrisca todos os anos na cobertura do carnaval para a TV Globo. Apesar de assumir que o trabalho de preparação para as duas noites de desfile exige quase dois meses de estudo, o narrador se mostra satisfeito.

"O ponto mais diferente é porque no esporte você tem o resultado na hora e no carnaval não. Você narra, decifra, busca uma lógica. Tem a dificuldade também de ter que falar por horas e da preparação de 40 dias, com estudo e entrevistas. Passo uma tarde inteira com cada carnavalesco para esmiuçar o desfile. Curto muito fazer, mas é muito trabalhoso. Tem o estúdio, os comentaristas, os convidados", ressaltou.

O narrador se diz apaixonado pela profissão, mas não esquece do esforço que tem por ficar longe da família e pelo desgastes das sucessivas viagens.

"Fazer o Bem, Amigos resulta em mais um dia de viagem, geralmente já vou de São Paulo para o local do jogo de quarta e eu moro no Rio de Janeiro. Desgasta um pouco, os atrasos nos aeroportos. Mas estou há dez anos todas as segundas em São Paulo, a mulher tem que entender, tem que ser bacana", finalizou.

Lucas Tieppo
Do UOL, em São Paulo

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