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Acusado de contrabando, Sheik diz que não sabia que carros entraram ilegalmente no Brasil

UOL Esporte

22/04/2013 09h11

Crédito: Reprodução

O atacante Emerson Sheik, do Corinthians, esteve na noite de domingo no programa De Frente Com Gabi, do SBT, e aproveitou a conversa com a apresentadora Marília Gabriela para um raro momento em que tocou no assunto contrabando: ele é acusado de ter contrabandeado carros de forma ilegal para o país, e assumiu a acusação durante a entrevista.

"Sou acusado de contrabando, não mais de lavagem de dinheiro (anteriormente, ele respondia à polícia também por esta situação). Eu não fiz nada de errado enquanto eu era criança, quando eu poderia fazer. Então prefiro ir lá atrás no meu passado para mostrar  que não é possível que, depois de tudo que conquistei,  eu me envolver com isso", disse o jogador.

Ele tentou explicar o caso, e foi elogiado pela apresentadora pelo sinceridade. "Comprei os carros de uma pessoa muito amiga, que estava sempre comigo e com meus filhos. Eu não sabia, mas os carros entraram ilegalmente no Brasil. Mas não sou só eu que está envolvido no problema, é meu nome que está 'bombando', mas são mais de 100 pessoas envolvidas, que compraram de boa fé e acabaram sendo enganadas. Eu já tinha vendido os carros há seis meses quando a polícia começou a ir atrás do caso", declarou Sheik.

Outra polêmica que pautou o programa foi o caso de adulteração de idade pelo qual Emerson passou quando mais jovem. O jogador, cujo nome verdadeiro é Marcio Passos de Albuquerque, alterou a idade em três anos para permanecer por mais tempo como jogador de base no São Paulo.

"Isso acontece muito com quem está iniciando a carreira. Falo sobre isso 'de boa' e falo para que os pais não repitam com os filhos o erro que cometi. Minha infância era muito difícil. Hoje eu tenho 34 anos, penso diferente. Hoje eu não permitiria (adulterarem sua idade). Na época, permiti. Sabia de tudo". afirmou.

"Era uma oportunidade que eu estava vendo. Queria um lugar para morar, comer. E eu sabia que isso eu encontraria no clube (São Paulo). Depois percebi que não precisava, mas decidi continuar. Minha mãe pedia para eu voltar (a usar a verdadeira certidão), mas eu não tinha coragem. Fui levando até que não deu mais.  Estourou na minha negociação do Japão para o Catar.  O rapaz que cuidava das minhas coisas no Japão descobriu e me chantageou. Não aceitei e ele entregou pra polícia. De férias no Brasil a polícia me prendeu", explicou Sheik.

O jogador também relembrou os problemas da infância em Nova Iguaçu-RJ, assunto que costuma emocioná-lo. "(Na infância) Era tudo muito difícil. Tiroteio atrás de casa. Os caras cheirando e fumando no quintal de casa. Matavam alguém e jogavam no nosso quintal.  Era um terreno invadido, mas era o lugar que os 'caras' acertavam as contas", contou.

"Às vezes a gente estava dormindo e era acordado com bala, com gente correndo pelo quintal. Tive muitos amigos que optaram por seguir o 'outro caminho'. Alguns morreram, outros foragidos, envolvidos com a criminalidade. Nova Iguaçu faz parte ainda da minha realidade. Tenho uma escola lá.  O bairro precisava, as crianças precisavam de boa educação. Minha ideia é nunca abandonar Nova Iguaçu", completou.

Por fim, o jogador evitou comentários profundos sobre o caso Kevin Espada, o jovem morto nas arquibancadas do jogo entre San Jose e Corinthians, em Oruro. Após hesitar para responder, comentou: "Acho que quem fez foi muito infeliz. É difícil falar porque eu ainda jogo pelo clube, posso ser interpretado de maneira errada."

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