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Apresentador do ‘Amor e Sexo’ relembra tempos de comentarista esportivo e revela pavor de estádio

UOL Esporte

13/03/2013 06h03

Leo Jaime é uma personalidade versátil da televisão brasileira. O cantor que fez sucesso nos anos 80 comanda  a atração global 'Amor e Sexo' ao lado de Fernanda Limae pode ser visto no ar como apresentador do reality show 'Detox do Amor', no GNT, ou interpretando o Nando de Malhação. Poucos se lembram, mas Leo já foi comentarista esportivo e guarda boas lembranças da época, apesar de ser avesso aos estádios hoje em dia.

Leo escreveu crônicas para a Folha de S. Paulo e para o Estadão, foi comentarista da rádio CBN, mas se destacou ao se tornar comentarista do SBT e fazer parte da cobertura do Campeonato Paulista de 2003 e das Copas do Mundo sub-17 e sub-20.

Chamado para atrair o público feminino e infantil para o futebol, Leo guarda boas recordações da dobradinha com os narradores Dirceu Maravilha e Paulo Andrade, e  com o também comentarista Zetti. Foi, inclusive, com o ex-goleiro e ídolo do São Paulo que ele passou um dos maiores apertos.

"Na final entre Corinthians e São Paulo, fomos para o estádio sozinho. Quando passamos no meio da torcida do São Paulo, eles começaram a balançar o carro. Eu fiquei apavorado querendo entrar no estádio para trabalhar e pensei: "E agora?". Eu e o Zetti tentando entrar no Morumbi para a final, e a torcida empolgadíssima sacudindo o carro", contou, ao UOL Esporte.

Ele também viveu emoções bem diferentes na cobertura. Na época, o SBT e a TV Globo viviam uma guerra judicial pela transmissão exclusiva do Paulistão. Após uma longa batalha entre liminares concedidas e derrubadas, os dois canais conseguiram transmitir o evento. "A gente ia para o jogo com o caminhão já montado e a equipe pronta sem saber quem ia transmitir".

Apaixonado por futebol, Leo se define como torcedor rubro-negro 100% antes mesmo de o Flamengo nascer, mas atualmente está distante da emoção e dos gritos da torcida no estádio. A violência entre rivais e a guerra entre as organizadas o afastaram do espetáculo.

O jornalista viveu uma experiência traumática no clássico entre Vasco e Flamengo, no Engenhão, em agosto de 2011, pelo Campeonato Brasileiro, justamente no jogo em que o então técnico cruzmaltino Ricardo Gomes sofreu um AVC. Na chegada ao estádio, ele foi acuado e quase agredido por torcedores do Vasco.

"Eu estava com a camisa do Flamengo em uma van com torcedores do Vasco. Havia várias crianças filhas de amigos meus com a roupa do Vasco. Não fizemos nada. Só porque eu estava com a camisa do Flamengo, os torcedores do Vasco fizeram uma espécie de blitz na rua, deram paulada, amassaram o carro com uma espírito assassino: 'quero matar vocês'. As crianças choraram, foi uma cena horrível".

"Esses caras acham que amam o time, mas tornam um evento que deveria ser para a família em baixo astral, violento. Eu não gosto, digo para a minha família não ir, não me convide e não aconselho meus amigos a irem".

Leo Jaime não se decepcionou apenas com a violência. O artista admite que não é adepto do futebol moderno, técnico e competitivo dos dias atuais. É fã do futebol-arte e vê o esporte de até de forma lúdica e com o lirismo da música. Admira Neymar e Rogério Ceni pela fidelidade aos clubes, algo tão raro em dias atuais.

Mas o amor não acabou. Léo ainda alimenta sua antiga paixão: lê notícias, observa lances, vê jogos, acompanha o seu Flamengo e ainda nutre a empolgação pela seleção brasileira. Não é à toa que até hoje participa como convidado de programas como Corujão do Esporte, Tá na Área, Jornal da Globo e de telejornais da Globonews para falar de esporte.

O atual cantor, apresentador e ator acha difícil o esporte voltar a ser uma atividade profissional em sua vida. Além da vida de músico e das três atrações televisivas que participa, ele tem um novo projeto de programa para o GNT também ligado à área de relacionamentos afetivos.

Mas não descarta voltar a ser comentarista um dia, especialmente com a proximidade da Copa do Mundo no Brasil. "Atualmente minha agenda está lotada e não tenho pensado nisso. Mas a Copa está chegando aí. Gostaria de trabalhar em um Mundial, seria maravilhoso", disse ele que rechaça ocupar um cargo ao lado do ícone Galvão Bueno.

"Não tenho pretensão de chegar a um nível tão profissional. O Galvão é o número 1 da crônica esportiva. Casão (Casagrande), Caio e Júnior estão muito bem, sou fã. Eles já têm muita gente capacitada", brincou.

Crédito das foto: Divulgação/TV Globo

(Por Luiza Oliveira)

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