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Barcelona joga futebol em outra dimensão. Pelo menos nos cinemas.

UOL Esporte

29/05/2011 07h00

Por Marcos Jorge

Este blog pede licença aos leitores para falar de cinema. E nós temos um bom motivo para isso: o UOL Esporte Vê TV acompanhou no último sábado a transmissão 3D da final da Liga dos Campeões realizada pela ESPN Brasil. E vale dizer que, de cinema mesmo, só a sala do shopping Market Place e o futebol do time catalão. O resto era mais parecido com a arquibancada de um estádio.

Esqueça, por exemplo, o silêncio quase sagrado da sala escura. Ali, os espectadores falavam o tempo todo, comentavam o jogo com o colega ao lado e sobraram até palavrões para as faltas de Valencia sobre Lionel Messi. Antes do início do jogo, os times entraram em campo sob aplausos, que reapareceram com força total no momento do apito inicial, mais ou menos como acontece no concreto de um Morumbi, Pacaembu ou Maracanã.

Porém, o que levou os torcedores a lotarem as duas salas de cinema em que o jogo foi transmitido na cidade de São Paulo (uma no shopping Eldorado e outra, para convidados, no shopping Market Place) não foi apenas a decisão entre Barcelona e Manchester United, mas a tecnologia 3D. E ela não decepcionou.

Seria exagero dizer que a ilusão da "terceira dimensão" faz o espectador se sentir dentro do campo, mas ela funcionou muito bem em alguns momentos, na maioria das vezes ampliando a noção de profundidade da imagem. Com a bola rolando, nota-se pouco do efeito, mas  o recurso impressiona nos replays e especialmente nas imagens de dentro de campo.

Em outros casos, a tecnologia é uma deliciosa ilusão, como na hora que Abidal levantou a taça de campeão e serpentinas voaram pelo estádio de Wembley. Dentro da sala, era possível ver diversas crianças – e até mesmo alguns marmanjos – esticando o braço instintivamente para tentar pegar algumas delas.

O áudio, contudo, deixou a desejar. Durante todo o primeiro tempo do jogo a narração esteve adiantada alguns instantes em relação à imagem, o suficiente para frustrar a expectativa do público. Pior que um amigo que antecipa o final de um filme, só um narrador que antecipa o momento do gol. No segundo tempo, contudo, a falha foi corrigida e o golaço de David Villa foi comemorado, digamos, em tempo real, seguido por um "noooossa!" uníssono a cada replay.

O trio da ESPN Brasil, Paulo Andrade, Paulo Vinícius Coelho e José Trajano, citou por diversas vezes a audiência do cinema, o que foi recebido com aplausos pelo público dentro da sala. PVC, entretanto, recebeu uma vaia discreta quando forçou uma analogia entre a atuação de Pedro dentro da área e o balé de Al Pacino no filme Perfume de Mulher.

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