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Chico Silva: Finais da NBA dão gás para Band e ESPN

UOL Esporte

14/06/2019 12h00

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Seis ou sete jogos? O que os deuses desejarem. Jogo 6 às 22h na ESPN. #NBAnaESPN #NBAFinals

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Outrora protagonistas na transmissão de grandes eventos esportivos, Band e ESPN viram sua relevância ir minguando pouco a pouco nos últimos anos. De referências passaram a coadjuvantes num mercado em que a Globo ampliou sua influência, e nesse processo deixou de enxergar a emissora paulista como parceira, e viu a chegada de novos players, como a Turner, que tirou a Champions League da ESPN, Fox e novas plataformas digitais, casos da DAZN, Facebook e Twitter. Nesse cenário desalentador para as antigas "donas do pedaço", as finais da NBA, vencidas pela primeira vez por um time fora dos EUA, o canadense Toronto Raptors, recolocaram, mesmo que por pouco tempo, os dois canais no centro do interesse do consumidor louco por esporte no País.

Rômulo Mendonça: o nerd messiânico  

Apesar de ser o mesmo evento, as coberturas foram bem distintas. E nesse aspecto vitória da ESPN. Com o DNA dos esportes americanos no sangue, o canal esportivo do grupo Disney investiu pesado do duelo que consagrou o trio Kyle Lowri, Pascal Siakam e Kawhi Leonard, maior estrela dos Raptors e MVP da final. O canal despachou para a América do Norte o narrador nerd messiânico Rômulo Mendonça, que agitou as redes sociais com seus bordões que misturam gírias de internet com termos bíblicos. Mendonça caminha a passos largos para entrar para o primeiro time de narradores do País. É a segunda final transmitida in loco por ele. O narrador teve na cabine a companhia do comentarista Paulo Antunes e seu indefectível e, um tanto pedante, acento americano na locução. A dupla contou com o trabalho de dois repórteres na área quente. Foram eles Matheus Cobucci e José Renato Ambrósio. Aqui um fato curioso. Houve uma "concorrência direta" em família nessa final. José Renato é filho de José Emílio Ambrósio, Diretor de Esportes da Band.

Além do quarteto que se dividiu entre Oakland, sede dos Warriors, e Toronto, domicílio dos Raptors, a ESPN teve uma programação especial dedicada ao evento. Os últimos ESPN League, atração que faz cobertura e análise das ligas americanas, foram quase que inteiramente focados na decisão do maior campeonato de basquete do planeta. O League que antecedeu ao jogo de ontem teve Everaldo Marques no comando, escoltado pelos comentaristas José Roberto Lux, o Zé Boquinha, e Eduardo Agra. Outro que deu expediente por lá foi o ex-jogador Guilherme Gioavannoni. E para fechar a ESPN ainda tinha um estúdio na NBA House, ação de marketing promovida pelo escritório da liga no Brasil no Shopping Eldorado, em São Paulo. Por lá passaram nomes do canal como Renan do Couto, Ari Aguiar e Ricardo Bulgarelli, o comentarista da faixa na cabeça. Durante os seis jogos da final essa turma entrevistou convidados especiais como Oscar Schmidt, Fofão, o zagueiro Lúcio e Serginho Escadinha.

Barão rouba a cena

Há anos em dificuldades financeiras, a Band fez uma cobertura mais espartana. Ao contrário dos áureos tempos de Luciano do Vale, quando enviava equipes inteiras para as lutas de Mike Tyson e corridas de F-Indy com Emerson Fittipaldi, dessa vez não teve ninguém na América do Norte. Tudo foi feito dos estúdios da emissora no Morumbi. Durante as finais, no máximo fez alguns links ao vivo da NBA House. O quarteto do canal na transmissão foi formado pelo narrador Ivan Bruno, que compensou a falta de carisma com muita informação e conhecimento de NBA, o decano e enciclopédico Álvaro José, o ex-jogador Danilo Castro e o estranho no ninho Eduardo Barão. E foi justamente ele que roubou a cena. Quem está acostumado ao ouvi-lo nas manhãs da Band News, em que por anos dividiu o microfone do jornal matinal da rádio com Ricardo Boechat, agora tem a árdua missão de substitui-lo, se impressionou com a sua familiaridade com o tema. Tanto que, mesmo estreando na função, foi escolhido para dividir a bancada com Ivan Bruno. E Barão dominou a cena mesmo sem ter sido correspondente da casa nos EUA, como o seu colega e amigo Luiz Megale. O jogo do título dos Raptors deu à emissora uma audiência média 2,9 pontos com pico de 3,7.

Com o fim da NBA, Band e ESPN voltam à dura realidade do dia a dia. O canal de esportes vai passar por um longo e tenebroso inverno até o começo das temporadas da Premier League, Liga Espanhola, NBA e NFL, que só voltam à ativa no segundo semestre. A Band torce mais do que as "As Dibradoras", blog dedicado ao futebol feminino hospedado no UOL, para que a Seleção de Marta, Cristiane e cia tenha vida longa no Mundial da França. Os jogos das moças têm dados bons números de audiência à emissora. O próximo será na terça-feira, às 16h, quando a seleção decide sua vida no Mundial contra a Itália.

 

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