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Fernanda Gentil reflete sobre tragédia em Suzano: “Falta amar, sobra arma"

UOL Esporte

16/03/2019 20h56

Fernanda Gentil usou as redes sociais neste sábado (16) para falar sobre o tiroteio em Suzano, ocorrido na última quarta-feira (13). Mãe, a jornalista levantou reflexões sobre questões que percorrem a tragédia, que deixou oito mortos.

"Não há o que escrever diante de um episódio tão doloroso, sofrido e inexplicável. Aliás enquanto eu não escrevia sobre Suzano, lia muitas verdades sobre falta de amor, educação, cuidado, olho no olho e diálogo. Também sobre excesso de jogos e armas. Concordo com tudo. Falta amar, sobra arma. Arma. Amar. Letras iguais. Efeitos opostos. A saga por explicação mostra que não entendemos o motivo. E se não entendemos, é porque não fazemos. Mas não fazemos o que? Abrir fogo em uma escola? De fato, não. Mas entendemos que não começou no aperto do gatilho? Também não", escreveu Gentil.

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Não há o o que escrever diante de um episódio tão doloroso, sofrido e inexplic— inexplicável, não. Aliás enquanto eu não escrevia sobre Suzano, lia muitas verdades sobre falta de amor, educação, cuidado, olho no olho e diálogo. Também sobre excesso de jogos e armas. Concordo com tudo. Falta amar, sobra arma. Arma. Amar. Letras iguais. Efeitos opostos. A saga por explicação mostra que não entendemos o motivo. E se não entendemos, é porque não fazemos. Mas não fazemos o que? Abrir fogo em uma escola? De fato, não. Mas entendemos que não começou no aperto do gatilho? Também não. Li que quando uma mãe perde um filho, todas as outras mães perdem um pouco também. Concordo de novo. Mas não só isso: perde quem é mãe, pai, ou ser humano. Mais do que nunca a solidariedade e a perplexidade das pessoas têm mostrado que o que a gente acha que nunca vai acontecer com a gente, está acontecendo com gente como a gente. Entendemos – entendemos, né????? – que agora que está feito (mais um) estrago, é nosso dever não deixar que isso se repita em outro lugar…. inclusive na nossa casa. VAMOS PARAR!!! Olhar para os nossos filhos! Perguntar o que houve! O motivo do mau humor, a razão da gargalhada. Fazer o dever junto. Vamos levar e buscar. Estar acordado quando chegarem em casa. Querer saber quem é aquela companhia – por mais que a resposta seja um silêncio encabulado. Mas deixemos que eles saibam que não estão sozinhos. Que a gente abandone o curto e automático caminho da criação; e escolha, todos os dias, o difícil e cansativo caminho da educação. Porque ao primeiro sinal de que eles entenderam o recado, esse caminho torna-se completamente recompensador. Dito isso, meus mais profundos, sinceros, solidários e verdadeiros abraços nessas famílias que, tenho certeza, só gostariam de acordar desse pesadelo. E ainda para elas, mas também para a minha família, e todas as outras que lerem isso: por mais difícil que seja entender algo assim, façamos por onde para que nossos filhos não parem de acreditar no que tanto mostramos para eles em filmes e desenhos: no fim, o bem sempre vence o mal.

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Na sequência, a jornalista pediu para que os pais prestem atenção em seus filhos, sejam presentes e que trilhem o 'difícil caminho da educação'.

"Li que quando uma mãe perde um filho, todas as outras mães perdem um pouco também. Concordo de novo. Mas não só isso: perde quem é mãe, pai, ou ser humano. Mais do que nunca a solidariedade e a perplexidade das pessoas têm mostrado que o que a gente acha que nunca vai acontecer com a gente, está acontecendo com gente como a gente. Entendemos – entendemos, né? – que agora que está feito (mais um) estrago, é nosso dever não deixar que isso se repita em outro lugar…. inclusive na nossa casa. VAMOS PARAR!!! Olhar para os nossos filhos! Perguntar o que houve! O motivo do mau humor, a razão da gargalhada. Fazer o dever junto. Vamos levar e buscar. Estar acordado quando chegarem em casa. Querer saber quem é aquela companhia – por mais que a resposta seja um silêncio encabulado", seguiu Fernanda.

A apresentadora ainda concluiu mandando 'sinceros abraços' aos familiares das vítimas.

"Mas deixemos que eles saibam que não estão sozinhos. Que a gente abandone o curto e automático caminho da criação; e escolha, todos os dias, o difícil e cansativo caminho da educação. Porque ao primeiro sinal de que eles entenderam o recado, esse caminho torna-se completamente recompensador. Dito isso, meus mais profundos, sinceros, solidários e verdadeiros abraços nessas famílias que, tenho certeza, só gostariam de acordar desse pesadelo. E ainda para elas, mas também para a minha família, e todas as outras que lerem isso: por mais difícil que seja entender algo assim, façamos por onde para que nossos filhos não parem de acreditar no que tanto mostramos para eles em filmes e desenhos: no fim, o bem sempre vence o mal".

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