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Glenda Kozlowski pede para jornalistas não perderem feminilidade

UOL Esporte

18/01/2019 11h07

As vésperas de estrear no comando do Tá Na Área, Glenda Kozlowski falou, nesta sexta-feira, durante o Redação SporTV, sobre a mulher dentro do jornalismo esportivo. Em pauta puxada pelo colega Tim Vickery, ela comentou sobre a pressão na beleza feminina e pediu para as jornalistas não perderem sua 'feminilidade'.

No início do programa, Tim questionou Glenda e Camilla Carelli sobre a obrigação da mulher ter que ser bela. Ressaltando as conquistas femininas, o jornalista brincou com o tempo que ele e Carlos Cereto passaram no camarim, em comparação às meninas.

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"Eu acho que o futuro é feminino, especialmente no Brasil. As mulheres são a melhor parte do Brasil. Estão conquistando espaço, e isso é ótimo. Tem uma tentativa agora de tentar reverter para 50 anos atrás, mas não será bem sucedido. É ótimo as mulheres terem mais espaço, mas tem uma coisa que me incomoda. Para a mulher trabalhar neste ano, tem uma obrigação de beleza que não faz em cima de homem. O tempo que vocês ficaram no camarim, em comparação do que eu e o Cereto", opinou.

Carelli explica que é algo presente na sociedade e que se reflete no esporte. "É um no esporte de algo que existe na sociedade. Acho que ainda é uma barreira. É a objetificação da mulher. Ela tem que ser bonita, estar ali enfeitando também. É um preconceito que a gente tem que vencer também com certeza. Comentar futebol não tem nada haver com isso, mas é uma barreira da sociedade", falou.

Glenda ressaltou o discurso da colega. "Essa cobrança pela beleza, é uma cobrança da sociedade, não só na nossa profissão, mas em todas. Quem trabalha com vídeo então, é ainda maior. Mas acho que isso está parando um pouco", completou.

Na sequência, Kozlowski defendeu que as mulheres que trabalham com esporte não devem perder a sua feminilidade ao ingressar em um meio com maioria masculina. Para ela, o 'sexto sentido' feminino pode ajudar até na apuração e realização de matérias.

"O que eu sinto é que a mulher vai perdendo a feminilidade dela por estar em um ambiente muito masculino. Você viver com muitos homens envolta, eles são diferentes da gente. Eles falam mais alto, brincam. Eu acho que a mulher não pode perder este lado feminino, acho que acrescenta muito inclusive como repórter e como jornalista", defendeu

Glenda, que seguiu:

"A mulher tem um olhar que, às vezes, vai mais profundamente. Tem um sexto sentido que avisa que tem alguma coisa no ar que não é avião e dali surge alguma coisa. Eu acho que a mulher, às vezes, estuda mais, porque não cresceu neste ambiente do futebol, ela tem que correr atrás para se inserir neste ambiente masculino que, desde pequeno, acompanha o futebol. Mas isso mudou muito. Eu vejo que as meninas de 20, 25 anos, que estão trabalhando já cresceram neste ambiente do futebol. Até por causa disso, ela acaba perdendo este lado feminino que é muito importante não só no jornalismo esportivo, mas em qualquer outra área".

No Grupo Globo desde 1996, Glenda afirma que, algumas vezes, foi o 'sexto sentido feminino' que a ajudou a realizar algumas pautas.

"Eu, em várias entrevistas, coberturas, senti que tinha alguma coisa errada e eu geralmente estava certa e conseguia tirar algo a mais, deixar o entrevistado mais á vontade. É a sensibilidade feminina, não tem jeito. Isso não se aprende, é nosso. E isso eu sempre converso com todas as meninas: não perca a sua característica de mulher. Não tem problema. Você não vai perder respeito por estar dentro de um ambiente masculino, do futebol. O assedio acontece em qualquer lugar, vai depender da sua postura, de como você vai entrevistar, como que você vai olhar", contou.

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