Até mulheres têm preconceito, diz Bárbara Coelho sobre machismo no futebol

Durante participação no programa 'Encontro com Fátima Bernardes', da "TV Globo", nesta terça-feira (25), a jornalista Bárbara Coelho falou sobre exemplos de machismo que ela sofre frequentemente durante momentos em que exerce o seu trabalho ou em que comenta sobre futebol informalmente. A apresentadora relatou que muitos comentários negativos também partem de mulheres.

"A gente ainda tem uma estrada longa para caminhar. Tenho que lembrar que o machismo é uma coisa cultural. Essa desconstrução do machismo também tem que passar pela consciência da mulher. Muitas mulheres também têm esse pensamento, desconfiam do talento", destacou Bárbara Coelho, que ainda relatou que, no passado, ela não via problema em algumas situações que são consideradas muito graves atualmente.

"Eu mesma, há alguns anos, considerava algumas situações comuns justamente pelo ambiente do estádio. Hoje vou na posição de jornalista, mas ia como torcedora antes, e foi isso que me levou ao jornalismo esportivo. Aceitava por ser o ambiente de um estádio. Aos poucos que fomos vendo que é errado. Nós temos que ter o direito de ir e vir", ressaltou.

Apresentadora do 'Encontro', Fátima Bernardes mostrou algumas frases consideradas machistas que são ditas às mulheres que gostam e/ou trabalham com o futebol: 'essa mulher só está aí porque é bonita' e 'sabe mesmo o que é impedimento?'

"Ouço sempre, acontece muito comigo até hoje", disse Bárbara, que ainda citou outras formas de machismo incutidos na sociedade: "Muitas vezes o 'você fala de futebol como homem' ou 'entende mais de futebol do que muito marmanjo' é uma forma de elogiar por essa questão cultural, por não entenderem que a mulher faz parte desse mercado", acrescentou a jornalista.

Bárbara aproveitou para exaltar a conquista da brasileira Marta, que foi premiada com mais um troféu de melhor jogadora de futebol mundo, durante evento da Fifa, realizado na última segunda-feira (24).

"Tivemos comparações de Cristiano Ronaldo e Messi com Marta, porque ainda há a necessidade de se ficar comparando as mulheres aos homens. O futebol feminino ainda é muito precário, isso não representa só um título técnico. Ela continua trabalhando dentro de um universo que não é tão prestigiado", disse.