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Champions revolucionou EI e permitiu flerte com times brasileiros

UOL Esporte

28/05/2018 04h00

Título do Real pode ter sido o último jogo de Champions transmitido pelo Esporte Interativo. Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

O Esporte Interativo encerrou seu ciclo de Liga dos Campeões na final entre Real Madrid e Liverpool. Os três anos em que obteve os direitos de transmissão do torneio podem ser considerado um ponto de revolução para o canal.

A vitória sobre a ESPN, então detentora dos direitos da Liga dos Campeões, e SporTV, que tentou uma proposta conjunta com o canal do grupo Disney, começou a colocar o Esporte Interativo no "mapa" das emissoras esportivas para boa parte do público. Quando venceu a concorrência, a emissora nem sequer tinha um canal a cabo com projeção nacional – existia apenas o EI Nordeste.

Iniciou ali uma luta para não ser "uma feira sem pastel". O Esporte Interativo tinha um produto atrativo, mas pouca entrada nas TVs por assinatura. Em 2015, mesmo ano em que conquistou os direitos de transmissão, a emissora lançou o canal "EI Maxx", criado justamente para os jogos do torneio europeu.

O EI Maxx cresceu e se transformou no "Esporte Interativo", "Esporte Interativo 2" e o "EI Plus", serviço pela internet, utilizado pela emissora para transmitir os jogos da Liga dos Campeões que não tinham espaço em sua grade. Paralelamente, a audiência começou a aumentar, e o canal chegou a figurar entre os líderes durante as rodadas.

A dificuldade nas negociações fez com que o Esporte Interativo usasse os outros canais do grupo Turner para transmitir jogos. Foi assim que a TNT e o Space tiveram parte da grade ocupadas por jogos de futebol em 2015.

No último sábado (26), o canal encerrou o que pode ser sua última partida de Liga dos Campeões. Em meio a incertezas, os responsáveis pela transmissão não esconderam a emoção e a apresentadora Taynah Espinoza chegou a chorar no ar.

"O que vai acontecer a gente não sabe, mas tenho certeza de uma coisa: quem tiver os direitos das próximas temporadas, se preparem – isso inclui a gente -, porque o sarrafo está lá no alto. Tenho pena de quem transmitir na próxima temporada, porque vai ter que ralar muito para se igualar à nossa cobertura. Inclusive a gente", disse o narrador André Henning, ao final da transmissão.

André Henning foi outro a ganhar ainda mais repercussão. Por mais que tivesse a fama de ser "a voz do Mundial de handebol" em 2013, foi a Liga dos Campeões que aumentou o holofote em direção do narrador. Sua locução, baseada na "emoção", como sempre gosta de exaltar, foi alvo de muitos comentários. Alguns críticos condenaram o fato dele "gritar até em lateral".

Os direitos de transmissão da Liga dos Campeões são renovados a cada três temporadas. As emissoras têm até 5 de junho para apresentar propostas à Uefa pelo torneio.

Canal ganhou força no futebol brasileiro

Ao mesmo tempo em que crescia com a transmissão da Liga dos Campeões, o Esporte Interativo aproveitou o fim do contrato dos clubes brasileiros para se meter no meio de um espaço dominado pelos canais Globosat. Munida pelo investimento da Turner, a emissora fechou com sete equipes para transmitir os jogos na TV a cabo a partir de 2019.

Entre os times da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, fecharam com o Esporte Interativo: Atlético-PR, Botafogo, Ceará, Internacional, Palmeiras, Paraná e Santos. Outros nove clubes de outras divisões nacionais se acertaram com o canal em detrimento da Globosat.

O Esporte Interativo pagou luvas de R$ 40 milhões para cada um dos principais clubes como Santos, Atlético-PR, Coritiba, Bahia, Internacional e Palmeiras quando acertou o acordo em 2016. Recentemente, uma polêmica chegou a ser criada por causa de um valor superior que seria recebido pelo time alviverde paulista.

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