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Globo faz editorial no Jornal Nacional para se defender: "Questão de honra"

UOL Esporte

14/11/2017 20h51

Alejandro Burzaco, empresário argentino que acusou a Globo de pagar propina (JOHN TAGGART / Reuters)

O Jornal Nacional, principal telejornal da Rede Globo, destacou nesta terça-feira (14) a acusação de Alejandro Burzaco, empresário argentino que assinou acordo de delação premiada nos Estados Unidos, de que a emissora pagou propina para obter direitos de transmissão de torneios de futebol.

Em rápida fala durante a escalada (momento no início do programa em que os apresentadores citam as principais manchetes do jornal), o apresentador William Bonner repetiu o conteúdo da nota oficial que a Globo já havia divulgado durante a tarde. Afirmou que o Grupo Globo nega a acusação e que investigações internas apontam que nunca houve pagamentos indevidos.

Mais tarde, no último bloco do jornal, a emissora dedicou cerca de cinco minutos ao assunto. Após a exibição da reportagem descrevendo a acusação, Bonner leu um comunicado em que disse que é "questão de honra" para a Rede Globo esclarecer a situação e citou especialmente o ex-diretor executivo de esportes Marcelo Campos Pinto, que, segundo Burzaco, teria "dado a bênção" para os pagamentos de propina.

"O grupo Globo se surpreende com as afirmações sobre Marcelo Campos Pinto. A serem verdadeiras, o grupo Globo deseja esclarecer que, em apuração interna, Campos Pinto assegurou que jamais negociou ou pagou propina a quaisquer pessoas. O grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas. É uma questão de honra. Nossos princípios editoriais nem pertimiriam que fosse diferente, mas o grupo Globo considera fundamental garantir que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige", disse Bonner.

Burzaco é um dos principais delatores do chamado "caso Fifa", que investiga uma rede de propinas envolvendo dirigentes de futebol de alto escalão. Ele é responsável pela empresa Torneos y Competencias e acusou, além da Globo, as empresas Fox Sports, Televisa, Media Pro, Full Play e Traffic de participarem do esquema de subornos.

Burzaco, que se entregou em 2015, disse que, por meio de sua empresa de marketing esportivo, subornava autoridades do futebol nas negociações de venda dos direitos de transmissão de competições ligadas à Conmebol, como Copa América, Copa Libertadores e Sul-Americana.

Em contato com o UOL Esporte, a Rede Globo negou as acusações e reiterou que o grupo não é parte do processo nos Estados Unidos.

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