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Barreto relembra quando quase foi demitido do SporTV após "atraso olímpico"

UOL Esporte

17/10/2017 15h03

Durante a edição desta terça-feira do "Seleção SporTV", o apresentador Marcelo Barreto relembrou de maneira emocionada o dia em que pensou que seria demitido pelo canal. Em debate sobre Roger Guedes, que foi afastado do Palmeiras por questões disciplinares, e as "segundas chances" que alguns profissionais de futebol não têm na carreira, o jornalista lembrou o dia em que chegou atrasado para comandar atração durante a Olimpíada de Londres.

"Eu queria contar um caso aqui, contar uma história. O Ricardo (Rocha, comentarista presente no programa) estava falando: 'Eu não sei quando eu cheguei atrasado'. Eu sei, eu cheguei atrasado uma vez e foi muito grave. É interessante quando a gente consegue se colocar no lugar do outro", disse Barreto.

"Na Olimpíada de Londres, em 2012, imagina a expectativa que eu estava? Morava um ano em Londres, era o correspondente do canal, estava me preparando para cobrir a Olimpíada, ia trabalhar como repórter. No primeiro dia, fui escalado para apresentar um programa antes e outro depois da Cerimônia de Abertura e tinha ali um ingresso sobrando. E sou apaixonado por Olimpíada, né? Eu falei: 'Posso pegar esse ingresso?', e a direção liberou: 'Pode ir, tranquilo. Volta para apresentar o programa"'.

"Tinha pensado em voltar quando começou o desfile dos atletas, aí queria ver o Djokovic com a bandeira da Sérvia, depois fiquei curioso para ver quem iria acender a tocha olímpica, que era a única coisa que não sabia, porque já tinham passado o roteiro todo para a gente", relembrou Barreto.

"Aí o Paul McCartney começou a cantar e falei: 'Agora é a hora de ir embora'. Ele cantou uma música, cantou duas e eu ainda estava no portão do estádio. Aí saí correndo, a saída foi complicada, enfim, não consegui chegar. O programa só foi ao ar porque o Alê Oliveira estava na redação, como repórter, escrevendo uma matéria".

"Era um prédio alto, muito pertinho do Parque Olímpico, e eu subi no elevador pensando assim: 'Posso ter acabado agora com a minha participação na Olimpíada, com o meu período de correspondente em Londres, com o meu emprego no SporTV"', completou, emocionado.

O apresentador chegou a falar com a esposa sobre a possibilidade de demissão, mas ficou no canal e voltou a participar da cobertura olímpica durante os Jogos do Rio de Janeiro, no ano passado. Por isso, agradeceu pela segunda chance que recebeu.

"Cheguei, levei a bronca protocolar, fui embora para casa, liguei para a minha mulher, dizendo: 'Tem um problema sério aqui que a gente vai ter que lidar'. Quatro anos depois, eu estava na Cerimônia de Abertura do Rio, como comentarista, dizendo assim: 'Obrigado ao SporTV por me permitir estar no lugar onde queria estar hoje"'.

"Aquilo era, também, lógico, uma maneira de falar que gostaria de estar ali, mas era também um agradecimento à compreensão que o canal teve comigo, porque se a minha carreira no SporTV, em qualquer nível, até no jornalismo esportivo, perdesse a confiança de todo mundo, ou na Olimpíada, o que quer que seja, tivesse terminado ali, eu não poderia reclamar", exaltou.

"Se um jogador comete esse erro meu… Esse meu erro me deixou apavorado para o resto da vida. Qualquer momento que eu estou para chegar em cima da hora em qualquer coisa – eu realmente não sou muito bom de horário, nossa equipe toda aqui sabe disso -, mas toda a vez que penso que posso chegar atrasado, a primeira coisa que me vem à cabeça é aquilo".

"E o que me chama atenção é que no ambiente do futebol isso acontece… É claro que ganhei esse voto de confiança com o recado: 'Você vai ganhar um voto de confiança, não vai ganhar o segundo'. E eu sempre tive isso comigo. Isso eu trago comigo, mas no futebol o cara ganha um, ganha dois, três, ganha quatro", completou.

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