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Cuca diz para Neto que a análise feita na TV é rasa e desafia "teóricos"

UOL Esporte

09/10/2017 22h26

(foto: Agência Palmeiras)

Convidado do programa Baita Amigos, comandado por Neto no canal BandSports, Cuca criticou as análises feitas por comentaristas em programas esportivos na televisão. Alvo de muitas delas, em função do mau desempenho do Palmeiras na temporada, o técnico queixou-se da qualidade das críticas e do fato de que muitas são levadas para o lado pessoal.

"A análise é muito rasa e é movida a resultados, não é movida a trabalho. A gente ouve muito. Quem não gosta de ver TV e quantos programas não tem em 24 horas por dia? Quantos comentaristas não tem e, às vezes, tem três horas de assunto? Então, muitas das vezes a gente vê que é uma coisa que passa para o lado pessoal. Passa, sim, as ofensas passam a ser exacerbadas de uma forma que te machuca. O futebol é a coisa mais linda que tem no mundo, o campo, o habitat, a pureza que tem ali, mas o ambiente às vezes é a coisa mais feia que tem no mundo", desabafou.

"Os caras pegam assim e começam: 'Ó, porque esse cara não é do ramo'. Só o que eu fiz na vida foi isso. Aí vou ver o cara que fala que eu não sou do ramo, que experiência prática tem? Porque ser treinador aqui (num programa de TV) é fácil pra caramba, mas lá dentro, quando dirige 50 marmanjos, com 50 personalidades diferentes, com a torcida toda, com o peso que você tem nas costas, tendo um limite de erro desse tamanhinho, queria ver esse pessoal lá um dia. Eu queria ver depois disso, na prática, se o teórico ia ser igual o que ele é no dia a dia", desafiou.

Ao falar sobre as cobranças em relação a opção por Deyverson, e não pelo atacante colombiano Borja, contratado a peso de ouro pelo Verdão, Cuca defendeu-se: "Eu, como treinador e, acima de tudo, como filho de Deus e tendo a fé que a gente tem, se eu um dia preterir um jogador a outro porque eu trouxe, ou porque o outro trouxe, aí não posso ser treinador."

E voltou a cobrar melhor avaliação de analistas na TV: "Por isso que acho que o comentarista teria que participar dos treinamentos, pelo menos uma vez por semana, para ver o que acontece e passar para o público as coisas. Acho muito pouco um comentarista ir para o jogo e comentar a semana inteira sua dentro de um jogo", criticou.

A declaração fez outro debatedor da atração, o ex-goleiro Ronaldo, argumentar que o treinador fecha os treinamentos. Cuca rebateu: "Nunca fechei um treino. (…) Nós trouxemos o Deyverson, porque não temos mais o Barrios e a gente às vezes no ano passado, quando o jogo não encaixava com o Gabriel (Jesus), nós púnhamos o Gabriel para o lado e o Barrios (por dentro) para aliviar e o Gabriel poder jogar. O Deyverson é um jogador da primeira bola, referência, diferente do Borja, que sai para o jogo."

"O Borja jogava na Colômbia, no Atlético (Nacional) nas duas linhas de quatro e ele solto na frente, diferente do que se joga no Brasil, com a compactação, os 40 metros. A gente tem trabalhado (o Borja), ele é jovem, está trabalhando em cima disso e tem potencial de finalização bom. Quando nos treinamentos ou entrando nos jogos ele tiver o momento dele, vai ser titular. Isso é recíproco, você dá e recebe, é uma coisa mútua. Quando você dá e recebe, pronto, e vai. Pode acontecer com ele", justificou.

"Se ponho o Deyverson, ele é criticado, se ponho o outro centroavante, o Borja, ele é criticado, se tira e ponho o Willian e é criticado, já não tem mais nenhum, vai ter que voltar um dos três e vai ser sempre melhor o que está de fora", queixou-se.

Ainda no programa do BandSports, Cuca falou sobre a situação de Felipe Melo, reintegrado após polêmica. "O Felipe, depois daquele entrevero, aquele episódio do áudio e tal, foi afastado, não aconteceu nada na janela (de transferências), nos reunimos, conversamos, ele é um bem do clube, a gente não pode prejudicar o clube e nem o atleta. Foi conversado, a gente podendo ajudar, porque a gente não é mais do que ninguém, não adianta fazer o mal um para o outro, se eu puder ajudar um pouco o Felipe, o Felipe se ajudar, ajudar um ao outro, é o que a gente tem que fazer na vida. Ele está reintegrado e se ele mostrar o trabalho dele dentro dos treinos e circunstancialmente nos jogos, ele vai ser útil para o Palmeiras até o final do campeonato."

O técnico ainda comentou sobre o uso do jogador como zagueiro e de sua utilização já no próximo jogo do Campeonato Brasileiro, contra o Bahia, na quinta-feira (12), começando no banco de reservas.

"O que eu vi nele (para colocá-lo de zagueiro)? Um posicionamento defensivo muito bom, comanda, tem controle da posição, sabe distribuir o jogo, não vai precisar fazer o vai e vem, perguntei se já tinha pensado? 'Penso muito nisso' (ele respondeu). Vamos trabalhar. Vai estar à disposição nesse próximo jogo (contra o Bahia, na quinta, pelo Brasileirão), provavelmente no banco. Se precisar ir para o jogo, a gente tem ele de volante ou de zagueiro, como já utilizei ele contra o Internacional. Não tem nada, o que passou, passou, faz parte do passado."

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