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Marcelo Rezende começou no jornalismo esportivo e acusou fraudes no futebol

UOL Esporte

16/09/2017 20h19

Reprodução/TV Globo

Conhecido por sua atuação como apresentador de programas policiais da televisão brasileira nas últimas duas décadas, o jornalista Marcelo Rezende, morto neste sábado (16) em decorrência de um câncer no fígado e no pâncreas, ingressou na profissão por outra porta: a do esporte. Durante os anos 70 e 80, ele foi responsável por reportagens que denunciaram "podres poderes" do futebol – para usar o título de uma longa matéria feita por ele para a revista Placar, em 1985.

O primeiro trabalho de Rezende no jornalismo foi no Jornal dos Sports, publicação carioca. Então com 17 anos, ele estava matriculado em um curso técnico de mecânica, mas ficou na redação até os 19. Passou também pela Rádio Globo e, em 1972, foi para o jornal O Globo, onde trabalhou por sete anos.

Reprodução/Placar

Foi na Placar, porém, que Rezende alçou seus maiores voos como repórter esportivo. Uma série de reportagens, nascida de uma viagem de seis meses visitando todas as federações estaduais do país, denunciou a corrupção local do futebol, com dirigentes desviando verbas da CBF e da Loteria Esportiva para benefícios pessoais. Também cobriu duas Copas do Mundo pela revista, em 1982 e 1986.

Em 1987, chegou à televisão, mas não mudou de editoria. Em três anos no Globo Esporte, seguiu produzindo reportagens investigativas – cobriu, por exemplo, denúncias de enriquecimento ilícito de dirigentes como Eurico Miranda e Ricardo Teixeira. Como repórter de campo, esteve na Copa América de 1989, vencida pelo Brasil, trabalhando com o narrador Galvão Bueno.

O jornalista deixou o esporte em 1990. Foi transferido para a editoria geral, onde emplacou algumas de suas reportagens de maior repercussão – como a denúncia no Globo Repórter de violência e tortura policial contra moradores da Favela Naval, em Diadema (SP). Em 1999, iniciou a trajetória como apresentador no Linha Direta, começando assim a ficar famoso como um dos principais rostos dos programas policiais.

Marcelo Rezende atuava desde 2012 como apresentador do Cidade Alerta, da Record. Em maio deste ano, revelou que estava lutando contra o câncer. Morreu quatro meses depois.

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