Muricy reprova reunião em CT do SP: "Jogadores se sentem pressionados"

Reprodução/Sport TV

Durante a participação no programa "Seleção Sport TV", Muricy Ramalho, ex-treinador do São Paulo, acredita que não foi uma boa a reunião no CT da Barra Funda entre torcedores organizados, comuns e sócios com jogadores, comissão técnica e dirigentes. O ídolo Raí, também participou das conversas no clube. Para o hoje comentarista do canal SporTV, os atletas e a comissão técnica precisam de sossego para trabalhar em cima do próximo adversário.

"As pessoas que foram lá hoje com certeza têm uma boa vontade de ajudar, mas eu sei que os jogadores se sentem um pouco pressionados quando acontece isso, porque é uma hora que tem que ter tranquilidade, paz lá dentro para os jogadores desenvolverem o trabalho. Eu só acredito nisso, no trabalho, treinamento, informações, saber o que vai enfrentar na Bahia, que tipo de jogo que tem o Vitória, isso pra mim convence", opinou.

Identificado com o São Paulo, do qual é torcedor e ex-jogador, também, Muricy voltou a dizer que está à disposição para dar uma palavra aos jogadores, comissão técnica e diretoria, mas rechaçou a ideia de assumir como coordenador, cargo que, inclusive, considera inútil nesse momento da temporada.

"O São Paulo não precisa de um coordenador, São Paulo precisa de tranquilidade e de confiança, que é o que está faltando e com certeza o (Dorival) Júnior está trabalhando bastante. A pressão está muito grande, mesmo, mas acho que tem que ser resolvida entre comissão técnica e jogadores. Claro que a torcedor quer participar. Eu falei isso no Bem, Amigos!, (que) quero ajudar, também. Mas às vezes a gente ajudar é também ficar um pouco longe, deixar os profissionais trabalharem, são pessoas que conhecem o que estão fazendo, tem lá uma psicóloga, comissão técnica, a diretoria", afirmou.

"O que posso ajudar, como falei para o (Vinicius) Pinotti (diretor-executivo de futebol), eu posso trocar ideia com o Júnior, porque é meu amigo, a gente troca muitas ideias, os treinadores. O próprio diretor, também. Falei: 'Se precisar de alguma coisa, uma palavra de um cara que tem experiência e conhece o clube'. Estou aqui à disposição, só que não acho que seja o caso de um coordenador agora, porque coordenador não vai fazer nada, o planejamento já está todo feito. O coordenador tem que vir no final de dezembro para começar a planejar o time. Vou chegar lá agora e vou fazer o quê? O que posso dar é uma palavra para um ou outro e torcer muito", enfatizou.

E Muricy, que disse ver um elenco com pouca confiança, pregou união entre os diferentes segmentos no clube: "O que acho é que esses três segmentos, diretoria, comissão e jogadores, esses, sim, têm que estar bem próximos, têm que estar juntos, porque não pode ter ninguém nesse meio que não está dando certo, o jogador percebe, é como uma muleta, não é legal isso, mas o que está faltando, mesmo, é confiança. Com certeza o Júnior deve estar trabalhando muito isso, psicóloga, mas a torcida do São Paulo está muito preocupada, preocupadíssima, como todos nós que gostamos do clube. Então a gente quer ajudar de alguma maneira, mas é decisão da diretoria."