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Como uma engenheira de TI virou a 1ª comentarista de NFL do Brasil

UOL Esporte

13/09/2017 04h00

Leandro Carneiro
Do UOL, em São Paulo

A partida entre Denver Broncos e Los Angeles Chargers era só um complemento da primeira rodada da NFL nesta temporada. Mas a transmissão da ESPN chamou a atenção. Paula Ivoglo, de 33 anos, se tornou a primeira mulher a comentar futebol americano na filial do Brasil.

A presença de Paula não foi um acaso. Como teria Beth Mowins narrando em inglês o jogo, o canal resolveu convidar a fundadora do site "NFL de Bolsa" para a sua transmissão.

"Foi minha primeira vez, nunca tinha feito isso, como transmissão foi primeira vez. Quando recebi convite fiquei em choque. Era um sonho se tornando realidade, sempre quis fazer e do nada apareceu esse convite. Estou muito feliz, foi incrível. No começo, estava com um pouco com medo, travada, depois fui me soltando, super divertido", disse Paula que dividiu a transmissão com o também comentarista Anthony Curti e o narrador Fernando Nardini.

"Assim, a gente não conversou nada formalmente, mas a Gabriela (produtora da ESPN) falou comigo que adorou, que a receptividade foi muito boa. Disse que pretende chamar mais vezes, e se eu estiver disponível para participar, contar comigo para temporada. Ficarei esperando", completou.

A receptividade de fato foi grande. Durante a transmissão da ESPN, a presença de uma comentarista mulher fez com que o assunto fosse muito comentado nas redes sociais. Não por acaso, ela ganhou seguidores no Twitter do "NFL de Bolsa", Instagram e no Facebook.

Paula ainda espera que a barreira quebrada na última segunda-feira sirva de inspiração para muitas mulheres que se sentem intimidadas ao tentar entrar em um esporte dominado por homens.

"Acho que vai de encontro com aquilo de 'lugar de mulher, é onde ela quiser'. Isso abre portas para outras mulheres que não tinham coragem, sofreram algum tipo de preconceito, de gostar, participar. Abrem outras portas para aparecerem mais. Há mulheres que escrevem para mim, que sou inspiração, que tem medo de falar e falar errado, fazer um comentário errado e os caras caírem matando, você está aprendendo, como todo mundo. Essa de ontem vai de encontro a isso, cada vez mais mulheres vão se interessar", ressaltou.

O começo

A paixão de Paula pelo futebol americano começou em 2007 graças a um namorado. Após ele explicar para ela o que era a modalidade, ela teve um "clique".

Agora, com 33 anos, Paula começa a fazer especializações na área de jornalismo para seguir no esporte.

"Sou formada em tecnologia, trabalhei 14 anos com engenharia de sistema. Estava cansada, fui fazer um ano de intercâmbio na Alemanha. Não me via na área de TI, sentia falta de mulheres que acompanhassem o esporte. Sempre tive vontade de fazer algo, mas, pela minha carreira, nunca consegui. Voltei, como tinha tempo, resolvi fazer o site para tentar incentivar. Aí cresceu, não esperava, era só hobby e virou profissão. Estou me especializando em jornalismo, quero trabalhar com isso. Mudei minha vida pelo esporte", finalizou.

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