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Galvão elogia estreia pelo PSG, mas questiona se "novo Neymar" será bom para seleção

UOL Esporte

15/08/2017 07h53

Reprodução

"Acima do esperado". Assim Galvão Bueno definiu a estreia de Neymar com a camisa do Paris Saint-Germain na vitória por 3 a 0 sobre o Guingamp, pela segunda rodada do Campeonato Francês. O narrador destacou a maior movimentação do craque brasileiro por mais setores do campo e disse que viu um "novo Neymar", mais recuado e comandando a armação, "à la Messi".

"Uma revista que é importantíssima, respeitadíssima, a France Football, fez hoje um gráfico por onde o Neymar andou em campo e que destacava essa coisa quase onipresente do Neymar jogando por todas as partes do campo", observou na noite desta segunda-feira (14), no programa Bem, Amigos!, do canal SporTV.

"Acho que ele jogou muito à imagem e semelhança do Messi, muito parecido com o que o Messi faz no Barcelona. Não sei se veio dele ou do técnico. Eu gosto do Neymar mais perto do gol, mais perto da área, onde uma falta leva perigo, um lance rápido pode decidir", analisou o narrador, que levantou uma preocupação quanto a possível ganho ou perda da seleção brasileira por esse novo jeito de atuar do atacante (ou meia-atacante?).

"Vai ser um novo Neymar, porque no Barcelona ele tinha muita liberdade, jogava muito, fazia muito gol, mas vai ser um novo Neymar, dono do time e jogando com outras funções diferentes. Para a seleção brasileira, é bom ou ruim?", questionou.

Comentarista do canal e ex-técnico do próprio Neymar, Muricy Ramalho analisou a situação ali: "Ele mudou muito, foi meu jogador no Santos. Hoje é muito mais coletivo, ele passa, dá assistências. Antigamente, para ele passar para alguém era difícil demais, porque queria sempre finalizar. Mudou completamente, e o Barcelona fez muito bem para ele. E vai continuar isso em um outro time, com outra maneira de jogar, porque o Paris Saint-Germain é totalmente diferente do Barcelona, onde ele jogava mais fixo pelo lado esquerdo. Claro que ele vinha entre as linhas, quando era muito marcado, fazia o mesmo papel do Santos: jogava aberto e vinha por dentro, atrás dos volantes."

Caio Ribeiro, outro analista da Globo, também opinou: "A minha preocupação é outra: o quanto ele vai se cuidar fora do campo, porque tecnicamente o campeonato da Espanha é muito acima do Campeonato Francês, é mais difícil de jogar."

Lédio Carmona, também comentarista, do SporTV, e que comentou a estreia de Neymar no novo clube no futebol europeu, disse o que enxergou desse "novo Neymar" na transmissão de domingo do canal da Globosat: "Que ele jogou bem, todo mundo viu. Agora, o posicionamento dele em campo foi completamente diferente do que ele faz na seleção brasileira e do que fazia no Barcelona. Ele circulou pelo campo todo. Ficou muito mais centralizado, voltava, buscava jogo, caía na direita, às vezes caía na esquerda e o time está jogando em função dele. Já está com característica de dono do time, no bom sentido. Então, se ele queria ser o protagonista, dono do time, ele vai ser, achou o lugar certo para jogar, porque o time está completamente devoto dele, até o próprio (atacante uruguaio, Edinson) Cavani."

Ainda no programa, Galvão disse o que viu da atuação de Neymar e deu seu pitaco sobre o que motivou a mudança de clube do craque.

"Ele puxou contra-ataque, ele deu passe, fez gol, o Cavani fez gol, mas o Di María poderia ter feito dois em duas bolas que ele meteu. Muito discutida a saída dele (do Barcelona), mas tenho certeza que uma coisa que o moveu a isso é o fato de não ser mais coadjuvante, de ser a estrela principal. 'Agora, eu vou disputar com Neymar (Messi, na verdade) e Cristiano Ronaldo para ver quem vai ganhar essa tal de Bola de Ouro'."

"A imprensa francesa, por todos os anos que morei lá, eu nunca vi pior no mundo, pior de maldade, de pegar no pé. Vi aqui no SporTV o repórter que já dizia para o Alê (Oliveira, jornalista da emissora) o seguinte: 'Com esse dinheiro todo, ele que se prepare para levar pancada, porque se não jogar muito, não sei o quê"', queixou-se o narrador e apresentador em relação à pressão sobre Neymar.

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