Muricy, Caio e Casão analisam queda do São Paulo: "Deslumbrado e egocêntrico, ficou para trás"
Os comentaristas Caio Ribeiro e Walter Casagrande, da Rede Globo, e Muricy Ramalho, do SporTV, deram depoimentos nesta sexta-feira (11) à edição paulista do programa Globo Esporte. Em pauta, a derrotada do São Paulo, ameaçado pelo inédito rebaixamento no Campeonato Brasileiro deste ano.
"Esse período de fracassos ou de insucessos do São Paulo tem uma explicação muita clara: é a gestão", definiu Caio. "Uma situação dura para o torcedor. O São Paulo era acostumado a ganhar de todo mundo, ganhar tudo", destacou Muricy.
"A gente está falando desses quase dez anos com o mesmo grupo político no poder e que não existe planejamento a longo prazo", chamou atenção Caio.
"Não dá para falar que pode chegar até 45 pontos. A possibilidade existe, mas não desse jeito que está jogando. Se melhor, pode chegar a 45. Hoje, não acredito que chegue", opinou Casão, que falou sobre possíveis fatores que levaram o tricolor à crise atual: "Deslumbramento, parou de prestar atenção. Quando você fica deslumbrado, você pára de prestar atenção ao que está ao seu redor e só olha pra você, egocêntrico, egoísta, no geral. O São Paulo no geral."
"E aí você não vai se dando conta que os outros times vão passando na sua frente, porque vão te copiando, e você vai ficando para trás", alertou Muricy.
"O São Paulo na década de 80, quando eu surgi e vesti essa camisa, era uma referência. Tinha o CT mais completo, o Departamento Médico com os melhores aparelhos, os melhores profissionais que tocavam essas áreas que eram referências. Hoje, até pelo menos um, dois anos atrás, o São Paulo virou noticia muito mais pelos escândalos financeiros e políticos do que pelas conquistas dentro de campo. Até nessa questão de estrutura de clube, estrutura de estádio, o São Paulo ficou para trás", reforçou Caio.
"O São Paulo contratou vários jogadores da média para baixo. Faz um time com Rodrigo Caio, Cueva, Pratto e Hernanes, que são acima da média, mas são só quatro, aí tem seis que são da média para baixo, então fica uma equipe fraca", analisou Casagrande.
"Hoje, o São Paulo é gerido por pessoas que não são referências nas suas áreas para administrar o clube em troca de perpetuação no poder. O São Paulo precisa repensar o seu Departamento de Futebol e fazer um trabalho a longo prazo. Se não começar agora, em 2018 vai ser a extensão de problemas do que a gente está vendo nos anos anteriores", disse Caio.
"Tem que saber separar um pouco isso, a parte política e a profissional, então acho que aí ainda falta uma coisinha para o São Paulo melhorar", deu a dica Muricy.
E Casagrande finalizou, com um pouco de otimismo: "Claro que tem solução, sempre tem. O São Paulo é uma potência no futebol, uma camisa que tem muito peso. Como falei, vai ser muito difícil fugir da zona de rebaixamento, mas tem possibilidade, desde que fique com o pezinho no chão e olhe a realidade de verdade."
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