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Cleber repete Galvão e detona futebol no país: "Fico em choque quando vejo jogo de fora e nosso"

UOL Esporte

10/08/2017 15h22

Reprodução/SporTV

A exemplo do que fez Galvão Bueno no programa "Troca de Passes" pós-eliminações de Palmeiras e Atlético-MG na madrugada desta quinta-feira (10), o também narrador da Rede Globo, Cleber Machado, questionou no programa "Seleção SporTV", também do Globosat, desta tarde a qualidade do futebol praticado no país.

"Acho que o futebol brasileiro vive há algum tempo um momento que mereceria muito um raciocínio, se a gente tem essa força. Não adianta ter dinheiro para contratar, e contratar mal. Não adianta formar elenco, que nós próprios aqui também achamos que tal time é maravilhoso, não sei qual outro é espetacular e depois, no dia seguinte, a gente vai e dá um nocaute no time, que não serve mais pra nada, está tudo perdido", criticou.

"O ano do Palmeiras não terminou no dia 9 de agosto, tem que jogar o Campeonato Brasileiro. Se é para ser quarto, quinto, terceiro, segundo, primeiro, isso é uma outra história. E aí a gente volta a pensar o quanto vale a pena abandonar um para só ficar com outro que em um jogo, uma noite pode definir", ponderou o narrador, que admitiu ficar chocado pela discrepância de nível de jogo que nota entre o futebol jogado no Brasil e no exterior.

"A gente precisaria pensar se a gente está jogando de uma maneira eficiente, moderna, se os nossos jogadores estão aplicados, não de vontade, mas do que sugere esse tal de futebol hoje em dia. Eu fico muito em dúvida, por isso que fico em choque quando vejo um jogo de fora do Brasil à tarde e vou assistir um jogo nosso à noite", desabafou.

"Basicamente, a gente está meio iludido", definiu Cleber. "Nós temos hoje um futebol que me parece muito longe do futebol que é praticado de uma maneira competente, os nossos jogadores nunca podem marcar, sempre precisam de um volante de contenção ou dois, senão o time fica exposto, os nossos times são sempre analisados em estanques: 'Ah, o ataque, ah a defesa'. E aí depois da gente ter um período brilhante na Libertadores, a partir do título do São Paulo em 1992, tenho impressão que a gente ficou fora de três finais e agora desde 2013 a gente não chegou em nada. Perdemos três dos times que mais investiram: o Flamengo na primeira fase e agora o Atlético-MG e o Palmeiras", seguiu com sua análise o narrador global.

Cleber ainda tratou sobre o nível das contratações dos times brasileiros e do Palmeiras e, em especial, sobre o caso do colombiano Miguel Borja, que chegou badalado ao clube, pelo destaque que teve na conquista da Libertadores 2016 pelo Atlético Nacional e não vingou nos primeiros meses de Palmeiras neste ano.

"Essa questão de jogadores que são contratados, a gente pode discutir o quanto a gente está contratando pelo que estão jogando ou pelo que eles já jogaram. O caso específico do Borja acho que ainda é uma certa crueldade nossa. Lógico que o torcedor do Palmeiras que está nos assistindo se levanta da cadeira e me bate, me xinga, porque o Borja não jogou nada, mas é um cara de 24 anos, que tem um histórico de maus desempenhos sempre que saiu da Colômbia. Agora, está aí há seis meses e o Palmeiras já está pensando em vender o Borja? Agora, essa informação do André (Hernan, repórter do canal), quando ele diz que o Cuca já começa a olhar um pouco mais para o Borja, melhorar a posição dele dentro do campo, essa é uma das funções de um técnico de futebol. Ou chegar e dizer: 'Esse aqui não serve, vai embora'. E aí tem uma série de outros fatos envolvidos."

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