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Caio se irrita com tropeço do SP e faz desabafo: "Absurdo chegar a esse nível"

UOL Esporte

14/07/2017 16h32

(Crédito: SporTV/Reprodução)

O tropeço do São Paulo em casa diante do lanterna Atlético-GO nesta quinta-feira (13), cedendo o empate após estar à frente do placar duas vezes, deixou o comentarista da Rede Globo, Caio Ribeiro, indignado.

"Faz 2 a 1, acabou o jogo, acabou o jogo. Com todo o respeito ao lanterna da competição, em casa, na situação que o São Paulo se encontra, na hora que você faz 2 a 1, acabou o jogo. É inadmissível tomar o gol de empate", disparou, inconformado, no programa Seleção SporTV desta sexta-feira.

"A questão é de organização: o São Paulo perdeu o DNA de equipe. Começou superofensivo, depois entrou com três zagueiros, começou a se preocupar em não tomar gol e hoje o grande desafio do Dorival é justamente esse. Não falta entrega: o São Paulo corre, tem brio, os caras estão tentando. O que está faltando é futebol, é organizar um pouquinho, e organizar de trás para frente, posicionar essa defesa que continua marcando a bola e não o jogador", criticou.

"A sequência que o São Paulo tinha começou ontem. Eram nove pontos que o São Paulo tinha que ganhar, tem que ganhar sete: Atlético-GO, que já começou muito mal, Chapecoense fora e o Vasco em casa. Desses nove, o São Paulo tinha, tem que fazer sete pontos, porque senão vai ter que buscar ponto contra adversário que não está no tamanho dele: o Grêmio, o Cruzeiro, o Palmeiras, o Corinthians, o Santos, o Flamengo. Todos esses estão acima do São Paulo, e aí é o improvável – o São Paulo vai ter que buscar naquele jogo que ele não entra como favorito", lamentou o analista de futebol da Globo.

E, então, Caio desabafou: "Esse é o campeonato do São Paulo. Pô, gente, é triste eu falar isso, fui revelado no São Paulo: chegar na 13ª rodada, olhar para o campeonato e todos nós acharmos que só briga para não cair… É um absurdo o São Paulo chegar a esse nível. Problema do São Paulo é direção, as pessoas que comandam hoje não têm planejamento a longo prazo, elas não sabem, não têm um DNA de time, um caminho, pensando em três, quatro temporadas. Deu certo, continua, não deu certo, troca tudo. São Paulo começou uma nova reformulação na 10ª rodada do Brasileiro. Isso te custa campeonato."

Apesar da situação delicada, ocupando a 17ª posição do Brasileirão, Caio Ribeiro crê que o São Paulo não será rebaixado. "Por que acho que o São Paulo não cai? Porque tem times piores que o do São Paulo e porque a troca (de treinador) foi boa", justificou.

"Eu não teria demitido o Rogério, teria dado esses três jogos que acabei de citar ao Rogério, pelo tamanho do ídolo que é, porque nesse nove pontos o São Paulo teria que fazer de sete a nove pontos. Agora, se pensar o que está fazendo dentro de campo, a realidade é essa aí, meu: o São Paulo sofre contra qualquer time, é desorganizado, não tem um plano de jogo definido, está, sim, se ressentindo desse lado emocional", voltou a desabafar na atração.

"Acho que o Dorival Júnior é o cara certo para resolver essas questões e não serão resolvidas do dia para noite. São Paulo tem um pilar: o Jucilei no meio-campo e o Pratto lá na frente, dois jogadores que, esses, sim, fazem a diferença. Precisa corrigir o entorno", avaliou.

Fla ofensivo e sem Márcio Araújo? Para Caio, sim

Um único volante de marcação, e ainda assim menos pegador (Cuéllar ou Willian Arão), quatro meio-campistas essencialmente criativos (Geuvânio, Everton Ribeiro, Diego e Everton) e Paolo Guerrero como centroavante. Para Caio Ribeiro, o técnico Zé Ricardo poderia testar essa formação ultra ofensiva para o Flamengo, time que julga ser um dos principais perseguidores ao Corinthians, mesmo com a enorme desvantagem de 12 pontos para o líder neste momento.

"Será que não dá para o Zé pensar em montar num 4-1-4-1, só com um volante? Aí você abre o Geuvânio na direita, coloca Everton Ribeiro e Diego para trabalharem juntos por dentro, porque são dois jogadores muito acima da média, e o outro Everton na esquerda, só com o Guerrero na frente. Muda um pouquinho o jeitão de jogar, porque aí ao invés de depender do Márcio Araújo levar essa bola à frente, tem principalmente o Everton (Ribeiro), que vai vir buscar e essa bola vai sair mais qualificada. Tenta que acho que a torcida vai gostar. Faz um 4-1-4-1, com os quatro e fala: 'Se vira, vamos trabalhar um pouquinho sem a bola, porque com a bola tem talento para resolver o jogo"', sugeriu, também em comentário no programa Seleção SporTV desta sexta-feira.

Mas quem seria o único volante? Márcio Araújo obrigatoriamente mantido, pelo maior poder de marcação e velocidade para fazer coberturas defensivas? Caio falou sobre isso, também – e não garantiu a vaga para o ex-jogador de Atlético-MG e Palmeiras.

"Depende do adversário, da sua proposta. Se segurar um pouquinho os laterais, pode jogar com o Cuéllar ou até com o Willian Arão nessa função. Se soltar os laterais, aí vai precisar do Márcio Araújo para cobrir os lados do campo. Insista, porque é uma formação que pode dar certo", enfatizou.

"Se pensar em foco (no Brasileiro, por estar fora da Libertadores), porque estreou o Geuvânio ontem, porque o Everton Ribeiro chegou recentemente, talvez seja um dos grandes perseguidores ao Corinthians, porque ainda tem muita margem de crescimento. Acho o time do Flamengo muito bom", elogiou o comentarista que, no entanto, ponderou sobre uma deficiência do elenco rubro-negro.

"O Guerrero não tem substituto. Tanto Vizeu quanto Damião são jogadores da última bola. O jogo se desenvolvem, eles estão lá dentro (da área) e na hora que (a bola) sobrar eles põem para dentro", argumentou, ressaltando a importância do jogador peruano, cuja ausência contribuiu para a derrota do Flamengo para o Grêmio, na visão de Caio: "Eu não estou me prendendo ao resultado. O Flamengo fez um bom jogo, só não teve competência para pôr a bola para dentro", analisou.

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