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Casão critica demissão de Ceni, mas discorda de opinião de Caio sobre política do SP

UOL Esporte

04/07/2017 14h35

(Crédito: Rede Globo/Reprodução)

Presentes no programa Globo Esporte desta terça-feira (4), os comentaristas Walter Casagrande e Caio Ribeiro criticaram a decisão da diretoria do São Paulo de demitir o ídolo Rogério Ceni do comando técnico do time. Dessa forma, Casagrande se junta ao próprio Caio e a outros dois globais, casos dos narradores Galvão Bueno e Cleber Machado.

Porém, ao contrário de Caio, Casão disse que, para ele, não foi surpresa a decisão da direção tricolor. Também discordou do colega de comentários na Globo sobre possível uso do ídolo para fins políticos – no caso, referente à reeleição do atual presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

"Não imaginei que fosse ser demitido tão rápido", disse Caio. Já Casagrande opinou assim sobre a demissão de Ceni: "Não, não fui (pego de surpresa, porque o futebol brasileiro funciona dessa maneira, ninguém respeita, ninguém dá prazo. Os resultados no Brasil pesam muito."

"Eu acho que o pensamento naquele momento era de reconstrução mesmo, de fazer uma coisa bonita, de trazer o maior ídolo da história do São Paulo, que estava se preparando para ser treinador, para dirigir o São Paulo mesmo. O projeto era esse, não acho que foi um golpe", avaliou Casagrande.

"Eu penso um pouco diferente. Acho que tem um cunho político por trás e talvez tenha sido esse o grande erro do Rogério, (de) não entender que estavam usando a imagem do maior ídolo do clube, da história do São Paulo para ganhar uma eleição e se perpetuar no poder", discordou Caio Ribeiro.

Sobre a negociação de atletas, desmantelamento do elenco e consequente enfraquecimento dele, Casão disse que esse não é um problema de hoje, vem do passado recente, com outros treinadores. "Esse erro foi também com o (técnico mexicano Juan Carlos) Osorio. São Paulo vem errando dessa maneira, perdendo jogadores e trazendo (outros), e na minha opinião as contratações não estão sendo boas para o time, o elenco do São Paulo é fraco. Esse time que jogou domingo contra o Flamengo é o time mais fraco que vi na história do São Paulo. Isso está me incomodando por ter sido um jogador do São Paulo, em uma época diferente, mas tenho um carinho muito grande pelo São Paulo de me incomoda ver o time dessa maneira."

Em seguida, Caio Ribeiro fez um longo desabafo contra a diretoria do clube do Morumbi. "O problema do São Paulo não é o Rogério Ceni, é de gestão. Foi mais uma vítima da incompetência dessa diretoria. O São Paulo que eu conheci, e fui revelado pelo São Paulo, que o Casa conheceu porque também vestiu essa camisa, era muito diferente desse. Era o São Paulo que tratava os problemas internamente, que todos os jogadores sonhavam em vestir essa camisa até chegar em uma seleção brasileira e, aí sim, ir para fora. Hoje, o grupo político que toca o Departamento de Futebol do São Paulo, e por isso falo em perpetuação do poder, é o mesmo grupo, as mesmas pessoas que estão no poder há nove anos, e o que ganhou nesses nove anos? Uma Copa Sul-Americana", detonou.

"Além dos resultados dentro de campo – continuou -, o São Paulo virou notícia por escândalos em relação à transparência de gestão, à troca de treinador e transação de jogadores. Então o São Paulo está com a imagem arranhada, esses caras não pensam o futebol a longo prazo, não existe um planejamento. Vai do Bauza, que é super defensivo, para um Osorio, que é super ofensivo em duas temporadas. Quer dizer, não existe uma linha de trabalho. O São Paulo hoje vendeu tudo isso de jogadores e virou, infelizmente, um grande balcão de negócios, só que ele vende como time grande e contrata como time pequeno", acrescentou.

Respondendo pergunta de um internauta, que questionava se Rogério sai queimado, se a demissão afeta a imagem de ídolo do clube, Casagrande rechaçou: "Não, de forma nenhuma. A história que o Rogério tem com o São Paulo é das mais fortes no futebol mundial. Essa idolatria que a torcida tem pelo Rogério e o trabalho que ele fez não vai ser arranhado, não pode ser, porque é outra coisa completamente diferente. A história do Rogério é maravilhosa. O maior artilheiro-goleiro da história do futebol mundial, ganhou todos os títulos, é o maior ídolo da história do São Paulo. É outra coisa o trabalho dele de treinador, não tem nada a ver."

Já Caio, respondendo à outra pergunta de telespectador do programa, disse achar que Rogério Ceni não seguirá carreira de treinador. Não em outro clube que não aquele do seu coração, pelo menos. "Acho difícil, a identificação e o sonho do Rogério de ser treinador passam muito pelo carinho e idolatria que tem pelo clube. Acho que ele precisa de um tempo agora para respirar, lamento a saída dele de uma maneira tao precoce. Tomara que volte mais forte ou num outro cargo do São Paulo ou numa outra oportunidade, mas acho difícil ele dirigir uma outra equipe que não seja o São Paulo", opinou.

Dorival aprovado por Caio e Casão

"É o melhor nome que o São Paulo pode buscar, porque conhece o mercado, estava em atividade, vinha fazendo um bom trabalho no Santos, estranhei até a sua demissão e acho que é o nome certo, principalmente por esse momento turbulento que o São Paulo vive", analisou Caio, tendo a concordância do colega de comentários na Globo.

"É um treinador muito experiente, vencedor, que faz ótimos trabalhos, também estranhei a saída dele do Santos e é aquele nome forte que tem no mercado, que pode fazer alguma coisa mudar no São Paulo, que é necessário. O São Paulo está ladeira abaixo, já está na zona do rebaixamento. Alguma coisa tem que ser feita imediatamente", comentou Casão.

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