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Repórter da ESPN vira árbitro e encara até teste da CBF: "fui pífio"

UOL Esporte

22/06/2017 04h00

Ser árbitro de futebol não é das missões mais tranquilas no Brasil. Errar no apito é saber que seu equívoco será comentado em programas de televisão e você será cornetado por todo mundo. Mas, não é apenas esses os desafios da vida de um juiz. Ao menos é o que garante Mendel Bydlowski, repórter da ESPN.

O jornalista resolveu encarar a maratona de um árbitro em uma série especial da ESPN que começou na última terça-feira e terá episódios até a próxima sexta-feira. Mendel virou árbitro, trabalhou os gestos, aprendeu a apitar, se preparou fisicamente e teve um resultado "pífio" no teste.

"Eu vivi o treinamento, bem prático. Não sabia nem apitar, como apitar, o ar escapava. Você precisa de técnica até para apitar. Tem um jeito de correr no campo, comportamento certo. Como tem de ser, para onde correr, dar o cartão. A gente não imagina quanto tem do gestual, como é complexo, toda dinâmica. O que foi mais curioso foi o teste físco da CBF. Foi muito complicado, muito puxado. Deu para viver na pele. Não passei, foi pífio, como é difícil. Precisa controlar a respiração, fiz com os árbitros", falou ao UOL Esporte.

Mendel considerou a experiência que teve como "super interessante". Para auxiliar em seu aprendizado, ele teve o auxílio de Salvio Spínola, comentarista de arbitragem da ESPN. Mas, apesar de aprovar a experiência, Mendel sabe que a carreira não irá muito longe.

"Nunca vou ser árbitro. Cara nasce para ser árbitro. Pode ter preparo físico, fazer o curso, ter conhecimento sobre as regras. Mas tem comportamento, algo que o cara nasce árbitro. É muito difícil. Tem um dado que só 5% dos árbitros que conseguem chegar na elite. É muito difícil, como jogador mesmo. Vários testes, várias etapas. Tem de ter um jeito, incorporar", explicou.

O repórter ainda saiu em defesa das críticas que os árbitros sofrem quando cometem erros. "Vivenciando esse universo da arbitragem, percebi que quem mais sofre é o árbitro. Jogo chave, se errar, coloca a carreira no lixo. Quem sofre é o próprio árbitro. Torcedor sofre porque é prejudicado. Natural que sofra. Mas o árbitro por ter toda carreira, ser muito cobrado. Ele que vai mais sofrer", finalizou.

Mendel terá uma oportunidade de apitar na próxima segunda-feira. Ele comandará um jogo beneficente que contará com a presença de grandes nomes como Gabriel Jesus.

Leandro Carneiro
Do UOL, em São Paulo

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