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Repórter do SporTV realizou sonho na TV e marcou amigos por "coração bom"

UOL Esporte

08/06/2017 12h27

Leandro Carneiro
Do UOL, em São Paulo

"Generosidade". "Uma das melhores pessoas que conheci". Essas palavras são repetidas constantemente por quem conheceu Rodrigo Albornoz. Aos 30 anos, o repórter do Sportv morreu na noite da última quarta-feira, dois dias antes de seu aniversário.

Albornoz lutava contra o câncer desde o começo de 2015. Foram dois anos na batalha contra a doença com uma característica marcante: sem perder o sorriso. Sempre acreditando que superaria essa dificuldade.

O repórter chegou ao SporTV em 2010. Integrante da primeira turma do projeto Passaporte, ali, ele começava a realizar alguns sonhos. Sempre quis ser jornalista e virou correspondente no Uruguai -país de origem da sua mãe- e Chile. "O jornalismo muda vidas" era uma de suas frases prediletas. Mudou a de Albornoz.

Foi ele o responsável por contar a história de Robson Conceição nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O ouro no boxe foi relatado pelo jornalista, profissão a qual se formou em 2008, na PUC do Rio Grande do Sul. A carreira ainda o deixaria frente à frente com nomes consagrados do esporte, como José Aldo e Ronda Rousey. "Desculpa aí mundo", brincou na legenda da foto com a ex-campeã do UFC. 

Ele não queria fama. Estava no jornalismo para ajudar a mudar vidas. Foi assim desde quando trabalhava na Rede Band e recebeu uma ligação de um ouvinte que estava sem receber remédios há um tempo. Fez matéria daquela história e conseguiu ajudar aquele personagem.

Mas, Albornoz não era só um excelente profissional. "Ele era muito querido". "Todos amavam esse cara". "O cara era mesmo diferente". Essa é a sensação que Rodrigo deixa nos mais próximos. Espírita, estudou a doutrina e passava para frente os ensinamentos.

Rodrigo não precisava que alguém falasse para ele que não vivia um bom dia. Ele percebia. Logo, chamava uma conversa fora do trabalho. "Tinha um bom coração".

Outra característica ressaltada de Albornoz era o bom humor, o sorriso fácil. As respostas rápidas que divertiam os amigos. A felicidade sempre presente seja para organizar um encontro entre seus amigos ou para falar sobre religião.

Sem baixar a cabeça, ao passar por uma cirurgia para retirar um de seus pulmões em abril, ele deixou o hospital destacando que estava com coração "cheio de alegria e gratidão".

Além do jornalismo, tinha uma outra grande paixão, a música. O reggae era o estilo que mais despertava o interesse de Rodrigo, que até teve sua fase com penteado dreadlock. Cantava na banda Noventa & Loucos, ao lado de Buba Stefani.

Amigo, namorado, companheiro e terno amor. Essas foram as palavras de sua namorada ao anunciar a sua morte nas redes sociais. Agradecimento pela força dada pelos outros e desejando amor e luz. Usando palavras que lembram Albornoz. "É o que ele sempre desejou".

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