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Neto critica Ceni no São Paulo: "ele não é treinador, está como um"

UOL Esporte

24/05/2017 15h14

Reprodução/Esporte Interativo

Convidado na noite desta terça (23) do programa de Zico e Rivellino, Noite dos Craques, no EI Maxx, canal do Esporte Interativo, o apresentador e comentarista da Bandeirantes Neto criticou o desempenho de Rogério Ceni como técnico e chegou a dizer que Ceni "não é treinador, está como treinador".

Neto disse que a fase ruim do São Paulo tem muito a ver com o estreante técnico. "A crise do São Paulo é uma crise de identidade. O ambiente do São Paulo é ruim, porque tem no seu treinador a maior estrela e ele não é treinador, está como treinador. Para você ser treinador, o jogador tem que acreditar. Se sai do Campeonato Paulista, da Sul-Americana, da Copa do Brasil e a torcida aplaude ele, o treinador… Chega no vestiário, meu irmão, e a gente sabe que jogador não é fácil", observou, sobre a imunidade de Ceni como ídolo que é no clube do Morumbi.

Neto também não vê a vitória contra o Avaí na última segunda como algo positivo e de alívio.

"E ganhar do Avaí não é mais do que obrigação da equipe do São Paulo no Morumbi. Não pode é achar que a crise não está instalada", enfatizou o comentarista criticando ainda a defesa são-paulina.

"O time do São Paulo do meio-campo para trás é horrível, e se não tiver uma defesa boa no futebol de hoje, um time que corra os 90 minutos, não é essa vitória contra o Avaí que vai tirar o São Paulo da péssima situação", alertou.

O comentarista da Bandeirantes também fez uma previsão sobre o treinador. "O São Paulo acha que o Rogério Ceni vai se tornar a coisa mais importante, e não vai, tanto é que o Rogério acha que vai ser o Telê Santana, e não vai", opinou Neto.

Neto se preocupa sobre preparação de Vinícius Júnior

Referindo-se ao jogador de 16 anos do Flamengo como "uma joia", Neto demonstrou preocupação sobre como o garoto é preparado, não só no futebol, mas como pessoa, para tamanho desafio na vida.

"Se eu fosse dirigente, presidente do clube, eu faria o seguinte: primeira coisa, aprender a falar espanhol. Vou contratar um professor para você, vai saber o que é o Real Madrid, como é o país, preparar, saber o que é o Barcelona e os catalães, onde vai jogar. Outra coisa, um menino como esse não pode ser exposto como ele está sendo, tanto pelo Real Madrid como pelo Flamengo, para o que acontece no país nosso hoje. Um menino como esse não tem estrutura social para saber quanto é 160 milhões de reais, o que pode e não pode comprar, quem vão ser as pessoas que vão estar do lado dele", alertou.

"E se eu fosse técnico do Flamengo, jamais o colocaria para ser o titular do time. Eu o colocaria para fazer musculação, repetição, para conversar como o Zico, com o Mozer (ex-zagueiro) que está lá, com o Rodrigo Caetano (diretor executivo), com as pessoas que saibam o que acontece no Real Madrid, porque o artilheiro da Copa do Mundo de 2014, James Rodriguez, foi pra lá e não jogou nada, tanto é que o Asensio hoje é muito melhor do que ele. Então, esse menino tem que ser preparado não para jogar bola, (mas para) como ele vai suportar o Real Madrid, porque é a mesma coisa que jogar no Flamengo e a gente tem que saber se vai ter essa capacidade", ponderou.

"Um menino de 16 anos é diferente de um de 19. A bola é outra. Quando ele tiver 19 anos, não pensa que é a bola que ele jogou no sub-15, sub-16. Ele vai jogar contra os caras da Champions, contra zagueiros que vão 'chegar a bota'. Ele tem que ser preparado como pessoa. Não pode chegar, escutar um cara falar um negócio em espanhol e não saber o que é. Precisa fazer com que esse menino não se queime", clamou o ex-jogador e analista de futebol da Band.

 

 

 

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