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Até os mais durões vão chorar ao ver documentário sobre Oscar na NBA

UOL Esporte

10/04/2017 04h00

Mauricio Stycer
Do UOL, em São Paulo

A ESPN Brasil apresenta nesta quarta-feira (12) "A Estreia", documentário de 30 minutos que registra a homenagem feita a Oscar Schmidt pela NBA em fevereiro deste ano, no All Star Weekend, realizado em Nova Orleans.

Oscar, como se sabe, foi selecionado pelo New Jersey Nets no "draft" de 1984 – o mesmo em que Michael Jordan, Charles Barkley, John Stockton e Hakeen Olajuwon também foram escolhidos. Mas o jogador brasileiro teria que abrir mão da seleção brasileira para atuar na NBA – o que ele não quis.

Em 2013, Oscar foi selecionado para integrar o Hall da Fama do basquete – uma das maiores honrarias do esporte nos Estados Unidos. "Sonhei a minha vida toda estar aqui. E estou", disse na ocasião, ao receber a homenagem das mãos de Larry Bird.

O ex-jogador fez o público rir ao dizer que foi a 144ª escolha, na sexta rodada, do draft de 1984. E depois explicou: "Quando me trouxeram o contrato, eu disse: 'Muito obrigado. Se eu jogar uma partida aqui, nunca mais vou poder jogar pela seleção do meu país'."

Como mostra o documentário da ESPN, Oscar guarda até hoje o contrato enviado naquela ocasião pelo time. E ao voltar aos EUA, para participar do All Star Game, antes visitou o clube onde nunca chegou a jogar e viu que o Brooklyn Nets o homenageou com uma camisa especial, número 14, hoje à venda na loja do time.

Mas é difícil mesmo de segurar o choro quando as câmeras registram a preparação de Oscar para o seu primeiro jogo pela NBA. Aposentado desde 2003, enfrentando até hoje o tratamento contra um câncer no cérebro, diagnosticado em 2011, o maior cestinha da história do basquete voltou às quadras.

E, como em muitos momentos da carreira, ao seu lado, buscando as bolas que batiam na tabela e caiam de lado, estava sua mulher. O documentário mostra Maria Cristina Victorino acompanhando Oscar, que estava preocupado em não fazer feio na quadra da NBA, mesmo que em um "Jogo das Celebridades".

Para tornar a coisa ainda mais emocionante, os filhos Filipe e Stephanie acompanharam os pais na viagem a Nova Orleans. Oscar atuou por 11 minutos, pelo time do Leste, e marcou quatro pontos – 100% de aproveitamento nos dois únicos arremessos que fez. A equipe venceu por 90 a 57.

Como não poderia deixar de ser, a partida termina com a família toda em quadra, em lágrimas. Aos 59 anos, Oscar finalmente pode acrescentar este pequeno troféu à sua brilhante carreira.

Já critiquei, em outras ocasiões, reportagens esportivas feitas para a TV que apelaram ao melodrama no esforço, às vezes descarado, de emocionar o espectador. Dou um desconto para "A Estreia" por alguns motivos. O documentário tem bastante informação, é muito bem feito e exibe bastidores inéditos desta viagem de Oscar aos EUA. O fã não terá do que reclamar.

Mas, de fato, não precisaria forçar a mão no lado emocional. Em defesa desta opção, eu diria que o tom do programa combina perfeitamente com Oscar, um sujeito altamente emotivo, e que tem se superado nos últimos anos por conta de seus problemas de saúde.

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