Em alta, Neymar vira "Pelé do momento" e melhor do mundo no "Bem, Amigos!"
As boas atuações da seleção brasileira, com resultados positivos inclusive contra as grandes seleções sul-americanas, como na recente goleada por 4 a 1 sobre o Uruguai, geraram uma onda de empolgação no programa Bem, Amigos! desta segunda (27). Na discussão, houve até afirmações de que tecnicamente Neymar já teve atuação dignas dos melhores da história- para Casão ele é o nosso Pelé do momento – e que o Brasil de Tite possui similaridades com as seleções das Copas de 1970 (campeã no México).
Inicialmente, o narrador da Globo e apresentador da atração do SporTV Galvão Bueno fez questão de exaltar o momento favorável do craque Neymar, a quem ele havia criticado duramente até o ano passado, especialmente durante boa parte da campanha da inédita conquista do ouro olímpico nos Jogos Rio-2016.
"Vamos ver o gol do Neymar, que mostra toda a maturidade e o momento que ele está atravessando. O Tite chegou a falar hoje na coletiva que o Coates (zagueiro uruguaio) estava com cartão amarelo, ele poderia ter esperado para receber a falta, mas ele sai para fazer o gol. O domínio na coxa esquerda, derrubou o jogador e a categoria do toque. O momento que ele está passando e hoje o Neymar voltou a dar uma entrevista coletiva 244 dias depois da última entrevista que tinha dado. Disse que precisava de um tempo, que se sente mais amadurecido, muito mais equilibrado, e ele está mesmo. Disse que atravessa a melhor fase da vida dele, e atravessa, mesmo, como jogador de futebol. Ele volta a usar a braçadeira de capitão no jogo de amanhã. Entrevista coletiva que, pra mim, foi realmente especial. Além dessa bola toda que está jogando, tranquilo, bacana."
Depois, foi a vez do comentarista Walter Casagrande pedir a palavra: "O Neymar é outro patamar, outro jogador, amadureceu muito e mesmo todos os jogadores muito bem, está sendo mais determinante para a seleção brasileira hoje do que era quando a seleção estava mal e dependia dele. Hoje, ele faz a jogada e a coisa acontece. Antes, caía muito, brigava muito com o adversário, discutia muito com o árbitro. Pegava mais vezes na bola, mas acontecia menos coisas. Hoje, pega menos vezes na bola e as coisas acontecem de verdade, sempre está acontecendo alguma coisa", analisou.
E então Galvão perguntou ao companheiro de transmissões da Globo: "Você concordaria que também tem um pouco da mão do Tite nessa história? Porque ele não tem mais a obrigação de ser o salvador da pátria em todos os lances e em todos os momentos, não tem mais que decidir sozinho. É claro que ele é a grande estrela, mas ele não tem mais nos ombros o peso de ser obrigado a cada instante a ser ele a decidir e, jogando coletivamente com o time, ele está jogando muito mais do que sempre jogou, concorda?"
Casão concordou e, animado, declarou: "Vou fazer uma comparação, mas me perdoem: a seleção da Copa de 1970 era maravilhosa, o Pelé era determinante, todo mundo sabia que era, mas todos os outros jogavam muito. Em 1982, também era dessa maneira, o Zico era determinante na questão de finalizar, o adversário tinha muito medo do Zico em termos de finalização e todo mundo jogava muito bem. Essa seleção (atual) está muito parecida com isso. Não estou comparando jogadores, estou comparando situações. A seleção joga muito, dita o ritmo do jogo, todos os jogadores sabem o que fazer, acreditam naquilo que o treinador está falando, porque a coisa está acontecendo. Quando o treinado fala para um jogador ou para um time fazer uma coisa e acontece, tá ganho, os jogadores começam a confiar no cara. E se for boa pessoa, melhor ainda, que é o caso do Tite."
"Neymar é determinante e o legal é que todos os outros jogadores aceitam isso, sabem que cada um tem um valor, que cada um é bom pra caramba, mas que Neymar é outro patamar, o Neymar é o Neymar, cara, é o nosso Pelé do momento", comparou Casão, no que Galvão comentou: "Mas tiraram a geladeira do ombro dele".
Na linha empolgada de Casagrande, Marco Antônio Rodrigues, o "Bodão", um dos debatedores da mesa esportiva do SporTV, afirmou: "A atuação do Neymar contra a Argentina no Mineirão e contra o Uruguai me lembra o Pelé. Não tô comparando carreira de um e outro, mas me lembra tecnicamente o Pelé". Casão concordou.
Muricy, comentarista do SporTV e um dos debatedores da atração, apresentada da Arena Corinthians, em Itaquera, local da partida desta terça entre Brasil e Paraguai, também emitiu sua opinião e ali já apontou Neymar como, para ele, o melhor jogador do mundo na atualidade.
"Hoje, é o melhor jogador do mundo. Não tem como não ser. O Messi não tá jogando o que estava jogando, o Cristiano Ronaldo também não, e o Neymar está jogando demais, então hoje com certeza ele é o melhor do mundo", cravou o ex-treinador.
"Neymar me parece mais tranquilo, maduro, ciente das suas responsabilidades. O tempo faz bem às pessoas", observou Galvão.
"O segredo de uma grande equipe que tem um cara diferenciado é a aceitação. Isso funciona muito em trabalho de grupo. O jogador, mesmo sabendo da sua condição profissional, do seu talento, você aceita que tem um no seu time que é o cara, que é acima de todo mundo, porque senão cria um problema de vaidade e para o treinador é muito difícil controlar e cuidar da vaidade de cada jogador, mas quando tem um grupo como esse da seleção brasileira", analisou Casagrande.
"Vou até dar um exemplo: o Corinthians, de 1982, era muito forte, mas tinha o Sócrates e precisava ter uma aceitação, a gente tinha que trabalhar e jogar em função de um cara genial do time, e a seleção brasileira (atual) funciona dessa maneira. Tem um jogador genial ali, que participa do jogo de todo mundo, mas sabe que aquele cara a qualquer momento pode decidir um jogo para você, é o jogador genial", finalizou Casão.
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