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Jornalista da FOX chama torcedor morto no Morumbi de marginal e é criticado

UOL Esporte

27/03/2017 22h02

Reprodução / FOX Sports

O clima esquentou no programa FOX Sports Rádio desta segunda-feira (27). Durante discussão sobre a trágica morte do torcedor são-paulino Bruno Pereira, que caiu do andar superior do Morumbi após tentar escalar o estádio para mudar de setor, o comentarista Flavio Gomes irritou-se com a fala do comentarista Facincani, que usou o termo "marginal" ao citar o rapaz e outros torcedores.

"Gente, embora tenha toda a proteção, o São Paulo tem como obrigação colocar pessoas ali para evitar esse tipo de coisa. Se todo mundo sabe que acontece, na minha visão o São Paulo tem responsabilidade, na minha opinião tem muita responsabilidade no que aconteceu", opinou inicialmente o também comentarista Fábio Sormani.

"Acho que não, Sormani, porque quem faz a segurança lá em cima é a Polícia Militar. O cara que vai para pular dificilmente faz isso na hora do jogo. Geralmente, chega e faz um pouco antes. E a Polícia Militar está preocupada com a revista. Muitas vezes tem aquele problema quando o jogo é grande", discordou Maurício Borges, o "Mano", outro debatedor.

"Por isso, mesmo. Bota lá esses stewards (seguranças privados que monitoram os torcedores dentro do estádio)", retrucou Flavio Gomes, concordando com a crítica de Sormani ao clube.

Após uma série de opiniões diferentes sobre possível falha do São Paulo no episódio em seu estádio, o apresentador Benjamin Back pediu para que Facincani, falando do estúdio do canal no Rio de Janeiro, também dissesse o que pensa. A fala gerou polêmica.

"Foi um ato de 'marginalismo' por parte desses torcedores. Para mim, isso eu nem considero tanto torcedor. Já há uma esfera de 'marginalismo' quando o cara deixa a educação dele de lado para tentar promulgar outras questões que coloquem em risco a segurança daqueles que estão participando do evento, no caso eles próprios ou outras pessoas. Eu respeito a opinião de todo mundo, é evidente, mas, ô Sormani, se existe uma grade que está colada no muro do estádio, essa grade já é feita justamente para inibir qualquer  tipo de situação. O cara passa até por fora do estádio e a partir do momento que coloca o corpo dele para fora do estádio, já está indo para fora de uma zona de segurança, portanto mais do que isso só se o estádio for coberto ou seja lá o que for, mas aí é uma obra de engenharia que não é necessária para tal momento, haja vista que existem todas as liberações de segurança pelos órgãos responsáveis em São Paulo para tal, Contru, corpo de bombeiros, Polícia Militar, enfim, que garante que o estádio do Morumbi seja aberto para os principais eventos, como sempre foi, e a gente vê recebendo ótimos públicos e shows de grande porte, inclusive. Eu já frequentei shows no Morumbi, vocês também, sabem como é que funciona. A partir do momento que o cara quebra a hierarquia da educação, como esse tipo de torcedor, que na verdade eu não considero torcedor, considero um marginal, esse cara é o principal culpado", afirmou.

"O que eu entendo quando o Sormani coloca de culpa do São Paulo, e também o Flavinho, em cima disso é que quem requisita a Polícia Militar para um evento desse do futebol é o São Paulo, administrador do estádio, e também a Federação Paulista de Futebol, em conjunto, todos eles que fazem a abertura de um jogo de grande porte com a requisição da segurança pública e aí, no caso, seria ideal ter pelo menos um policial para cada setor desse de troca de locais, apenas isso, mas não quer dizer que o São Paulo seja o principal culpado, a culpa é do marginal que quis se jogar para baixo sabendo que corria esse risco", acrescentou, causando irritação no companheiro de São Paulo, Flavio Gomes, que o repreendeu.

"Desculpa, ô Felipe, pera um pouquinho. Eu acho que a gente precisa respeitar a memória do rapaz que morreu. Você está chamando o cara de marginal porque ele tentou passar de um setor para o outro de um estádio", disse.

"É um ato de 'marginalismo"', insistiu Facincani.

"Ele deve ter visto alguém fazer isso, o menino nunca tinha ido no estádio na vida. Desculpa, Felipe, vamos começar a pegar um pouco mais leve nessas definições definitivas do caráter de uma pessoa porque o cara pulou essa grade. O cara não é um marginal, ele tava fazendo uma coisa e, de tão errada, ele caiu e morreu. Agora, daí a chamar o cara de marginal, você me desculpa, vai uma distância monumental. Só queria registrar isso", disparou Gomes, inconformado com a declaração do colega no Rio.

"Marginal ele não é, ele foi irresponsável", opinou Benja, comandante da mesa futebolística em São Paulo.

"Isso não é ato de marginalidade", enfatizou Flavio Gomes.

"É um ato de 'marginalismo'. O cara sai de uma zona de conforto, de segurança, para colocar a segurança em risco de todo mundo que está lá", voltou a dizer, Facincani.

"Então todos esses (torcedores que pularam a grade) merecem morrer na sua opinião, Felipe", perdeu a paciência novamente, Gomes.

"Não, eles não merecem", intercedeu o apresentador.

"Pô, mas ele está chamando os caras de marginais. Não são marginais, estavam pulando uma grade", desabafou Gomes.

"Também não concordo que são marginais . Ninguém merece morrer. Agora, que uma pessoa que faz isso está se arriscando a morrer, isso sim. Marginal não é, foi um ato irresponsável", argumentou Benja.

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