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Casagrande diz “gostar de drogas” e relata ajuda de Baby para superar vício

UOL Esporte

27/01/2017 11h20

O comentarista da Globo Walter Casagrande foi o convidado do Encontro com Fátima desta sexta-feira (27) e deu um longo depoimento sobre seu período de vício de drogas, que chegou a afastá-lo da TV.

O comentarista chegou a dar uma declaração polêmica afirmando "gostar de droga" para esclarecer que as campanhas contra o uso das mesmas precisam ser relacionadas aos efeitos nocivos e não em "como drogas são ruins".

"Eu não acho certo fazer campanhas 'não use drogas'. Ninguém se vicia em coisa ruim. Sou dependente, que vive em recuperação. Eu me viciei em coisa eu adoro, eu gosto de droga. Me viciei naquilo. Curti com aquilo. Tem processo que avança, você perde o controle. Eu só esclareço o que pode acontecer. Isso aconteceu comigo. Não é certo que vai acontecer com todas, história dessa, pesada. Esclareço o que aconteceu comigo, o que é droga, onde pode acontecer. Não falo que é ruim. Precisa saber onde está entrando", disse Casagrande.

Casagrande sofreu com o vício em drogas e foi internado em 2007 após sofrer acidente de carro. Ele ficou um ano em uma clínica de recuperação e voltou à TV em 2008. Em 2015, um novo susto com o comentarista o afastou da TV Globo por duas semanas. Casagrande sofreu um infarto na ocasião.

Família e preocupação das drogas chegarem aos filhos

"Eu tinha preocupação com meus filhos, mas eu não tinha uma moral para chegar. Eu tinha para ficar observando. Tem que perceber a mudança do filho com o tempo se a droga entrar na vida dele. Eu fui internado em 2007 e fiquei um ano. De lá para cá foi uma luta constante para eu alcançar o entendimento da doença para estar onde estou hoje. Faz 10 anos que tento, bato cabeça e tento encontrar o caminho para sair disso. Eu consigo ir ao teatro, cinema, eu consigo chegar inteiro para fazer um jogo. Eu me sinto bem orgulhoso".

Sócrates e vício do amigo

"Do Sócrates. Quando aconteceu uma coisa drástica com ele já era o fim. Na época do falecimento dele eu estava chegando ao entendimento completo da doença. Quando eu fui visita-lo, fui o primeiro a chegar quando ele estava mal. Não me deixaram entrar e no outro dia eu cheguei e ele falou para mim que estava pronto para outra. Naquele momento eu fiquei chocado porque ele não tinha o entendimento que eu estava tendo. Quando ele fala para mim "dessa vez não fui, estou pronto para outra", ele não entendeu. Ele não poderia sair e tomar um vinho, uma cerveja".

O fundo do poço e o acidente de 2007

"Importância muito grande. Dependente jamais vai assumir. Ele não aceita que é doença. Na sua cabeça, paro como quiser. Quando é dependente não está usando droga. Quem está sendo usado é você. Meu caso estava situação crítica, muito aguda. Aquele período pesado, perto da morte. Eu sofri acidente de carro. Fiquei desacordado três dias e minha família me viu. Eu estava afastado, isolado, só na companhia da droga. Quando viram meu estado físico, corpo todo furado, usava droga injetável, cocaína. Eles me internaram. Quando vi dentro da clínica, primeiros quatro meses é de negação".

Ajuda de Baby do Brasil 

"A segurança que eu tenho do lado dela, é completo. O entendimento que ela tem. Ela tem uma escolha espiritual que a levou a entender a vida de forma diferente. Mas é um entendimento dela, eu tenho outro. Mas junto dela eu me sinto mais seguro".

"Ela está fazendo uma excursão agora. mesmo à distância ela me coloca em uma situação segura. Tem a presença dela ao meu lado. Nesse compromisso isso me deixa muito seguro".

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