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Não há ninguém hoje que não tenha um pouco da Chape no coração, diz Galvão

UOL Esporte

05/12/2016 23h06

(Crédito: Reprodução)

(Crédito: Reprodução)

Em longo pronunciamento no início do programa Bem, Amigos! (SporTV) na noite desta segunda-feira (5), o narrador Galvão Bueno, comandante da atração, agradeceu aos elogios que recebeu por seu trabalho na cobertura da Rede Globo da tragédia com o voo da Chapecoense. Além disso, revelou ter sucumbido emocionalmente no domingo, não podendo participar do programa Esporte Espetacular, e ainda se solidarizou com as famílias das vítimas.

"Quero gradecer as centenas de milhares de mensagens através de redes sociais, mas não fiz mais do que minha obrigação. Tenho 66 anos de idade e 42 anos de profissão, 35 anos de casa (Rede Globo). O esporte é minha vida, minha vida foi feita no esporte e todos nós ficamos realmente arrasados com tudo o que aconteceu. E coube a mim, desde as primeiras horas na Globo, no Bom Dia (Brasil, telejornal), durante todo o dia, Jornal Nacional naquele dia e aí até o sábado (transmissão do velório na Arena Condá) e confesso que no domingo eu estava escalado para fazer o Esporte Espetacular, mas o emocional já não suportava mais. Imaginem, então, os familiares, como sentem, a mãe que esperou pelo filho, o filho que esperou pelo pai, o pai que esperou pelo filho, o irmão que esperou pelo irmão, a irmã que esperou pelo irmão, e assim por diante nessa cadeia chamada família, que é uma coisa tão forte", disse, inicialmente.

Em seguida, Galvão enalteceu a mensagem positiva de solidariedade que ficou para o país com as manifestações de carinho pós-tragédia.

"De tudo isso também acho que descobri algumas coisas. Descobri que a Arena Condá passa a ser a casa da família chapecoense. Não tenho dúvida que vão se reerguer com força total. Tudo que vinham apresentando, essa fase de crescimento, do time que jamais caiu, que só subiu, todo esse amor que acabaram provocando. Não há ninguém hoje no Brasil de bom senso, me parece, que não seja, que não tenha um pouco da Chape no coração. Então, também o nosso programa é uma homenagem, vida que segue, mas com um significado um pouco diferente, porque vimos um sentimento de solidariedade que andava meio ausente no Brasil. Nós estávamos muito mais com sentimento de confronto", ponderou, em referência a disputas políticas pelo país.

"É vida que segue, sim, mas eles, aqueles que ontem voltaram pra casa, vão fazer com que tenhamos saído mais fortes, pessoas melhores, mais compreensivas, mais completas depois desses dias", finalizou a sua fala.

Minutos depois, já com o novo presidente da Chapecoense, Ivan Tozzo, participando ao vivo do programa, o narrador da Globo voltou a falar com otimismo sobre a reconstrução da Chapecoense e exaltou a comoção geral que a equipe catarinense despertou em todo o mundo.

"Eu não tenho nenhuma dúvida que a Chape vai se reconstruir, dentro da força do sofrimento, ela vai se reconstruir dentro do amor do seu torcedor, mas também com um amor um significado muito grande de parte do mundo inteiro. Jamais imaginei que se pudesse criar uma reação em cadeia assim no mundo todo", afirmou Galvão na atração do SporTV.

'Quero fazer a estreia da Chapecoense na abertura da Libertadores'

Galvão ainda reiterou seu desejo de narrar um jogo da Chapecoense, vontade por ele já manifestada nas redes sociais e na TV durante a transmissão do velório na Arena Condá. Só que o comandante da mesa redonda esportiva do SporTV foi além: quer narrar mais de uma partida, incluindo a estreia da equipe catarinense na fase de grupos da Copa Libertadores de 2017, garantida que está como campeã da Sul-Americana por decisão da Conmebol.

"Já está determinado, botei na minha cabeça que preciso por mim mesmo transmitir esses jogos (da Chapecoense) contra o Atlético Nacional (pela Recopa Sul-Americana, disputado em jogos de ida e volta), eu quero demais fazer a estreia da Chapecoense na abertura da Libertadores, eu quero transmitir um jogo na Arena Condá. Isso é o máximo que eu posso fazer, e vocês (nova direção do clube) vão fazer o resto. A Chape será muito maior, muito maior e será o grande orgulho das pessoas. Uma cidade de 200 mil habitantes. Ontem, eram 200 milhões de brasileiros que estavam em Chapecó", afirmou nesta noite.

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