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Acidente gera comoção em transmissões e homenagens a amigos

UOL Esporte

29/11/2016 13h54

Reprodução/Sportv

Reprodução/Sportv

O acidente com o avião que transportava a delegação da Chapecoense causou comoção entre comentaristas e narradores nas transmissões da manhã desta terça-feira. Além da tristeza pelo ocorrido com os jogadores do time sensação do Brasil na temporada, houve muitas homenagens a colegas de imprensa que estavam no voo que caiu nas imediações de Medellín.

A Fox Sports informou que o narrador Deva Pascovicci, os comentaristas Mário Sérgio e Paulo Júlio Clement, o repórter Victorino Chermont, o cameraman Rodrigo Santana e o coordenador de externa Lilácio Júnior viajavam na aeronave que caiu na Colômbia.

Já a Globo confirmou que os repórteres Guilherme Marques e Guilherme Laars e o repórter cinematográfico Ari de Araújo Jr. estavam no voo. Também estavam presentes profissionais do Grupo RBS e do Diario Catarinense.

Veja as manifestações dos jornalistas em transmissões de televisão e pelo Twitter na manhã desta terça-feira

Neto, comentarista da Band, sobre o amigo Lilácio Júnior

"Eu perdi um amigo incrível que é o Juninho, que esteve comigo durante 20 anos, 10 aqui na Band. Desde a manhã, sabendo de tudo que aconteceu, já acendi a minha vela para Nossa Senhora de Aparecida, já rezei um Pai Nosso para as famílias, já fiz o que devo fazer como ser humano, todos nós… Estou chorando desde as 4h da manhã, só que hoje eu tô aqui para mostrar os fatos e aquilo que eu penso como ser humano, porque perdi um amigo incrível, que há três meses foi avô, ele continua sendo avô e nunca vai deixar de ser avô".

"A gente quer que nossos filhos sobrevivam a esse mundo cão que a gente vive hoje, e se o Neto [jogador da Chapecoense] conseguiu sobreviver, é porque tem milagre. A gente tem que acreditar e temos que fazer o bem".

"Estou chorando porque eu perdi amigos e tinham pessoas dentro do avião que deixaram filhos, netos… A primeira coisa que eu fiz foi ligar para a minha filha. Ela não pode atender o telefone na escola. Eu só liguei para ouvir a voz dela, só ouvir a voz da minha filha, e naquele momento que eu ouvi a voz dela eu já podia ter morrido ali".

Galvão Bueno, narrador da Rede Globo

"É comum, há sempre um relacionamento, muita camaradagem. Às vezes sentam em posições diferentes no avião. A nossa equipe de transmissão da Globo, com narração, comentários, a gente procura viajar em outro avião, mas a nossa equipe de reportagem, nossos cinegrafistas vieram sempre com a seleção brasileira. Passamos muitos apuros já em vôos, de mau tempo, de problemas, algumas panes, mas nada que possa ser comparado com isso."

Paulo César Vasconcellos, comentarista do SporTV

"No meu caso, especificamente, vou fazer uma confissão: o Mário Sérgio e o Victorino Chermont, que trabalhou aqui no SporTV, e hoje tava na FOX, eles têm uma paixão que eu também tenho que é por corrida de cavalo, então a gente se encontrou algumas vezes no hipódromo da Gávea. E o Mário Sérgio é um personagem do futebol que talvez hoje essa nova geração do futebol não vá conseguir fazer isso. É aquele ex-jogador que você, como jornalista, ficou amigo. E me lembro uma vez, quando ainda trabalhava na ESPN Brasil, ele dizendo assim: 'Paulo, parei com a minha carreira de técnico porque os caras não conseguem fazer o que eu faço com a maior simplicidade do mundo, mostro pra ele como fazer e não consegue. Então vou ser comentarista'. É uma tragédia nacional, não é do futebol, do esporte. É uma tragédia brasileira num ano que decididamente resolveu bater na nossa cara."

Marcelo Barreto, apresentador do SporTV

"É a segunda vez na minha carreira que eu não sei o que dizer no programa. A primeira vez foi por razões esportivas, foi o 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil na semifinal da Copa do Mundo. O jogo tinha acabado de acabar, então tava todo mundo ali sob aquele impacto. Agora, já são seis horas desde que eu sei dessa notícia, talvez um pouco mais. Foi a primeira coisa que eu ouvi da minha mulher quando eu acordei e…peço ajuda de vocês (companheiros de programa) porque ainda não sei o que dizer."

André Rizek, apresentador do SporTV

"Com lágrimas nos olhos, eu quero dizer o seguinte: um rapaz que tuíta como "SPFC Mais" sugere que a gente mostre a defesa do Danilo que deu vaga pra final, narrada pelo Deva Pascovicci na FOX, com imagem da FOX, transmissão da FOX. Vou pedir licença aos amigos da FOX. Eu sei que num dia normal eu teria que pedir autorização do jurídico da FOX pra fazer isso, vai ter o logo da FOX, narrador contratado da FOX, mas eu sei que hoje somos todos, juntos nessa tragédia e…deixo vocês com Deva Pascovicci, da FOX, narrando a classificação da Chape."

Nivaldo Prieto, narrador e apresentador do FOX Sports

"Toda a nossa equipe de cobertura dessa transmissão estava nesse voo. Nós estamos aqui extremamente emocionados nesse trabalhado de cobertura, tentando levar o máximo possível de informações oficiais do que vai acontecendo, do que acontecendo na Colômbia, mas claramente muito tristes também pela perda dos nossos amigos daqui dos canais Fox Sports, que estavam junto com o time da Chapecoense para a cobertura, para mais uma transmissão dos canais Fox Sports da decisão da Copa Sul-Americana."

Mauro Cesár Pereira, comentarista da ESPN Brasil, pelo Twitter
"Conheci Caio Jr. Choramos por ele, jogadores, funcionários, dirigentes da Chapecoense, companheiros da imprensa e todos que se foram no voo. Paulo Júlio (Clemant), amigo há 25 anos, duro saber que nunca mais lerei aquela sua mensagem: "Saudades de nossos papos naqueles almoços com o amigo".

Leonardo Bertozzi, comentarista da ESPN Brasil, via Twitter
"Não dá pra acreditar nisso. Que tristeza imensa. Gente cheia de vida, de esperanças, de sonhos a realizar. Inacreditável."

Walter Casagrande Jr., comentarista da Rede Globo

"Um dia muito triste pra todo mundo. Perdemos muitas pessoas queridas. Os familiares das pessoas que estavam no voo, é difícil falar qualquer coisa que possa confortar alguém. A mobilização que tem que ser feita agora em relação à Chapecoense, o clube diretamente, todos os clubes do Brasil e federações que têm no Brasil, a CBF tem que ter um movimento para que a Chapecoense não morra junto com o acidente."

"A Chapecoense tava em plena ascensão, superbem, organização, estruturada, fazendo ótimos campeonatos nos últimos três anos, chegando ao momento mais importante da sua história, que era muito nova, e de repente ter um acidente trágico como esse. Todo mundo se mobilizando pelos familiares, por ajuda, mandando energia de amor pra todo mundo, mas eu acho que ainda tem que ter uma mobilização nacional pra que não deixe que a Chapecoense morra com esse acidente, para que ela sobreviva."

"A memória de todas essas pessoas que lutaram tanto para organizar uma equipe pequena no sul do país, jogadores ali que estavam sonhando com um futuro melhor, jovens jogadores que estavam fazendo parte do grupo da Chapecoense, fazendo ótima campanha, sonhando que pudesse ir talvez a um grande clube das capitais do país, sonhando em chegara numa seleção brasileira, num Barcelona, num Real Madrid. Talvez conversando com as famílias: 'ano que vem vai ser melhor, esse Natal vai ser melhor, vou fazer um contrato melhor', e tudo isso interrompido por um acidente."

"A energia que tá todo mundo mandando é de amor, mesmo, e é essa energia que tem que ser mandada. Não pode acabar assim. Temos que fazer, todo mundo, um pouco, com que essa história não termine aí. A Chapecoense tem que existir para que exista a memória dessas pessoas que tavam lutando pela Chapecoense, pelo futebol, que eram jogadores, dirigentes, jornalistas, amigos nossos que há um mês fazíamos juntos cobertura de seleção brasileira. O Victorino Chermont, por exemplo, que era da FOX e passou pelo SporTV, na véspera do jogo contra a Bolívia, em Natal (RN), nós estávamos jogando botão na mesa que tinha ali fora. Tinha amizade, não tinha disputa nas emissoras que fazem cobertura. A gente viaja junto, saíamos pra jantar juntos, somos amigos, troca ideia. Vai fazer falta pra gente, tá todo mundo triste, perdemos amigos próximos, que vou sentir muita saudade, então a dor é geral. Essa dor tem que ser transformada em uma energia boa."

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