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Neto diz que Ceni "começou errado" como treinador e detona diretoria do SP

UOL Esporte

25/11/2016 14h26

Reprodução/Band

Reprodução/Band

Comentaristas de futebol de destaque na TV aberta, Caio Ribeiro (Globo) e Neto (Bandeirantes) se manifestaram de forma distintas sobre a troca de Ricardo Gomes por Rogério Ceni para comandar o São Paulo. Torcedor e ex-jogador do clube do Morumbi, Caio foi só elogios à iniciativa da diretoria tricolor. Já Neto, também ex-jogador são-paulino, e ídolo corintiano, foi mais crítico.

Neto abriu o seu programa "Os Donos da Bola" falando do assunto.

"Só quero falar uma coisa sobre Rogério Ceni: se preparou na Inglaterra, já vinha se preparando pra ser treinador desde quando jogava, muitas vezes interferia de uma certa maneira até na escalação do time, dentro do campo já fez substituições. Todo curso é legal, todo aprendizado é legal, mas se eu pensar no Guardiola, no Zidane, no Mourinho, no Luxemburgo, no Felipão, no Tite, a trajetória deles foi de auxiliar, de ganhar Terceira Divisão, de ser treinador da Série B", iniciou, para ponderar: "só que também entendo que muita gente tem que pagar o preço, e tem mais: só vai ser treinador do São Paulo ou da seleção brasileira. Sem isso, não acredito."

Na sequência, reclamou da entrevista exclsuiva de Ceni à TV oficial do São Paulo. "O marketing foi lindo do São Paulo, mas dar entrevista coletiva ele deveria dar pra todo mundo. Já está começando errado como treinador, e começando errado o final é triste", desabafou.

Diferentemente de Caio, o apresentador e comentarista da Band ainda detonou a maneira como a diretoria são-paulina conduziu a troca de treinadores, o que garante que não deixaria que ocorresse caso estivesse no lugar do novo técnico do Tricolor. "Se fosse o Rogério Ceni, jamais deixaria fazer o que fizeram com Ricardo Gomes, porque podem fazer pra você, Rogério Ceni, a mesma coisa", alertou, sobre as tratativas para a chegada do ex-goleiro, enquanto Gomes ainda comandava o São Paulo.

"Se não ganhar os jogos, não vai ser o Rogério Ceni que faz gols de falta, maior ídolo da história, então não deixe fazer o mal pros outros para não cair sobre as suas costas. E quem tá falando aqui é um cara que te protege, que gosta de você, nunca fui na sua casa, nunca jantei com você, nunca tomei um lanche, um café e sempre fui defensor seu. Agora, fazer o que o São Paulo fez com Ricardo Gomes, é desvalorizar o ser humano", disparou.

Reprodução/TV Globo

Reprodução/TV Globo

Já no Globo Esporte, Caio adotou um tom bem mais amigável.

"Eu fiquei [contente], gosto muito do Rogério como pessoa, conheço ele desde pequeno. Fomos revelados juntos no São Paulo. Na história do Rogério no futebol, toda vez que ele se predispôs a fazer uma coisa, aceitar um compromisso desse tamanho, ele fez bem feito, então tenho certeza que se preparou para esse momento", iniciou seu comentário, Caio, na edição desta sexta (25) do Globo Esporte.

"Acho que o poder que ele tem, a incidência que tem sobre os atletas…imagina você em casa e toca o seu telefone, às vezes é o empresário fazendo um convite, uma proposta. Agora, imagina quando é o Rogério do outro lado e fala assim: 'eu tô assumindo, vem jogar comigo, eu conto com você'. O impacto da notícia é diferente, recebe de um cara do meio, maior ídolo da história, então o poder de convencimento do Rogério numa negociação vai ser um dos trunfos do São Paulo pra trazer bons jogadores", continuou.

"Ninguém conhece o São Paulo como o Rogério. Foi revelado no São Paulo, conhece a cultura esportiva do clube, como a torcida se porta em momentos diferentes, tem o controle do vestiário porque é um líder e tem uma personalidade forte, então isso tudo são subsídios pro Rogério, que se preparou durante todo esse tempo de carreira pra assumir um cargo", acrescentou, garantindo não se preocupar com eventual insucesso do ídolo tricolor na nova função.

"A gente tem alguns exemplo. O Renato Gaúcho no Grêmio, maior ídolo da história e deu a cara a tapa, deu certo, foi demitido, voltou e vai ser campeão da Copa do Brasil. Você tem o Zico, que passou pelo Flamengo. Você tem alguns ídolos de grandes equipes que foram lá, movidos a esse grande desafio, e encararam. Acho que é da vida, às vezes aposta e não dá certo. A história do Rogério como ídolo, como maior do clube, isso tá preservado. Acho que o torcedor tem muito carinho e na hora que ver o Rogério no banco, ele se sentirá representado, sabe que é um deles que tá lá, então  boa sorte ao Rogério, que seja tão feliz como treinador e vitorioso, como era como jogador", afirmou.

 

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