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"Já tenho projetos e muito lugar onde me vejo trabalhando", diz B. Laurence

UOL Esporte

24/11/2016 06h01

(Crédito: Reprodução)

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Com naturalidade. Assim Bruno Laurence recebeu a notícia de que estava sendo demitido da Rede Globo, emissora para a qual trabalhou mais de 13 anos e de que afirma guardar só lembranças positivas. "Deles eu só quero falar o que meu coração manda, que são coisas boas", afirmou o repórter em conversa com a reportagem do UOL Esporte.

"Eu tenho muito orgulho por ter permanecido tanto tempo na maior rede de televisão do Brasil. A opção jamais vai ser discutida, nunca, porque eu nunca perguntei para nenhum chefe meu porque estava sendo escalado para determinado evento. Então não vou perguntar, questionar também por que não me quer mais. A posição da pessoa é uma posição de escolha, então ele faz as opções dele, chancelado pela direção, senão ninguém nunca ia ser demitido, todo mundo se dedica", diz o profissional, bastante emocionado com o carinho das pessoas, em manifestações gentis na internet.

"Absolutamente impressionante. Não consegui responder nem metade. Gente falando: 'velho, não tem ninguém te xingando'. Pô, maneiro né, porque é um momento que você sente um pouco estranho. Óbvio, estava quase 14 anos lá, minha vida foi muito lá dentro, mas impressionante as pessoas falando o tempo inteiro. Me arrumaram emprego pra caramba. Os caras estavam me colocando na Fox, na ESPN, no Esporte Interativo a cada dois minutos. Pelo jeito, tem diretor saindo na mão para me contratar, do jeito que as pessoas tão falando", brinca.

"Notei muito amor, muito respeito pelo meu trabalho, isso foi o mais fo**, o tempo inteiro as pessoas falando do meu trabalho, pessoas que não me conhecem, não sabem como sou como homem, como pai. Elas sabem do cara que entrava na casa delas todo dia e dava um 'oi' ali, contando uma historinha. Então é bacana demais saber que nesse tempo todo eu plantei coisas boas com as pessoas. Mesmo o cara que eu sei que já me xingou, falou: 'os caras tão loucos, erraram'. Não acho que erraram, respeito demais qualquer decisão, de coração limpo, mesmo, sem mágoas, sem nenhum rancor, só agradecimento à Globo", afirma.

"O público tem uma leitura muito clara das coisas. [Dizem]: 'você tem o perfil para trabalhar lá'. As pessoas fazem leitura mesmo, sabe? Não é só o carinho", ressalta, feliz por telespectadores o verem trabalhando em grandes emissoras esportivas. E Bruno Laurence se diz aberto a propostas e se vê fazendo de tudo, não só o trabalho de reportagem.

"Apesar de ter uma carreira longa, eu sou um cara ainda bem jovem, tenho 38 anos. Já apresentei bastante também na Globo e acho que vou bem nisso. Tudo me interessa, bons projetos me interessam. O que eu quero hoje, sinceramente, é ir para um lugar onde eu sei que as pessoas me querem ali", explica.

Questionado se tem preferência por continuar a fazer TV aberta ou fechada, o experiente jornalista diz que não e que vê cada vez menos diferença entre o perfil do público atingido nas duas mídias. "Você tem um cara como o Alê [Oliveira, comentarista] da ESPN, que faz um sucesso retumbante num canal fechado. Você tem o Milton Leite no SporTV e o cara faz um sucesso brutal num canal fechado. Tem inúmeros exemplos. Você tem o Everaldo [Marques] e o Rômulo Mendonça [narradores dos canais ESPN], que repercutem pra caramba, também em TV fechada. Acho que isso daí [sobre diferença de público em TV aberta e fechada] já ficou pra trás há muito tempo. Eu acho que o canal fechado tem mais espaço pra que você tenha projetos diversos", declara.

O jornalista também afirma ter diversos projetos pessoais: "Ah, tenho várias ideias, mas não vou dar munição pra ninguém, não", respondeu, como bom humor. "Tenho muita ideia e tem muito lugar onde onde me vejo trabalhando e isso é bacana", acrescentou o ex-global.

* Rogério Jovaneli
Do UOL, em São Paulo

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