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Luxemburgo se irrita e discute com Cleber Machado e Caio no "Bem, Amigos"

UOL Esporte

04/10/2016 07h34

Demitido de uma equipe da segunda divisão da China, Vanderlei Luxemburgo foi questionado no programa "Bem, Amigos" sobre seu período sem trabalhos vitoriosos no futebol e sobre a imagem de estar "superado" – com direito até a cobranças de Galvão Bueno pelo fato do treinador não falar outros idiomas. E o veterano técnico não gostou nada dos comentários, entrando em atritos com Cleber Machado e Caio Ribeiro.

O jornalista Marco Antônio Rodrigues foi o primeiro a tocar no assunto. "Para a tua imagem foi muito mal a sua passagem pela China. O que chegou aqui foi: 'Luxemburgo demitido de time da 2ª divisão da China'. Você já vinha com problemas, sem resultados, muito diferente do técnico que você foi. Você já saiu para a China porque o mercado aqui já não mais lhe queria aqui. Demitido de um time da 2ª divisão. Pegou mal. As outras críticas recorrentes no meio do futebol é que você não se atualizou, que você é hoje um técnico superado. Como você vê isso? O que aconteceu com você, você não se atualizou, você se considera um técnico superado?", perguntou o jornalista.

Visivelmente irritado, Luxemburgo respondeu. "A única profissão que vocês terminam com a carreira da pessoa é a de técnico de futebol. Nós estamos carregando a pecha hoje dos 7 a 1. Como se todos nós tivéssemos jogado aquele jogo de 7 a 1. Quem perdeu de 7 a 1 foi o Felipão", disse o treinador, reclamando da desvalorização da categoria ao qual pertence e da busca por técnicos estrangeiros para trabalhar no país.

Reprodução/Sportv

Reprodução/Sportv

A certa altura, Cleber Machado confrontou Luxemburgo se ele atribuía suas curtas passagens por clubes do exterior a sua pouca familiaridade com outros idiomas. "Com certeza", devolveu o técnico com ironia, o que gerou críticas de Galvão.

"O idioma é fundamental. Se pegar o Mourinho, ele fala italiano perfeito, fala inglês perfeito, fala espanhol perfeito. Se pegar o Ancelotti, fala inglês, fala italiano perfeito, porque é italiano, e me disse pessoalmente sobre a dificuldade que estava tendo para dirigir o PSG porque não estava dominando o francês como deveria dominar, mas depois dominou", disse o apresentador.

"Guardiola surpreendeu todo mundo quando ele passou um ano sabático, que já falava inglês, espanhol e chegou dando entrevista em alemão no Bayern de Munique. Nós não temos nenhum técnico brasileiro que fale fluentemente inglês, francês e italiano. Não tem. Falha dos nossos técnicos que não se preparam pra isso. Aí você me desculpa, Vanderlei", completou Galvão.

"Não, não, não. É falha do Brasil. Quem do Brasil fala dois idiomas?", desabafou Luxa.

"Ah, aí [o técnico] vai estudar, Vanderlei", soltou Cleber Machado, enervando ainda mais o técnico.

"Mas você fala quantos idiomas?", retrucou. "Eu não sou técnico", devolveu Cleber.

"Galvão, você fala quantos idiomas?", disse Luxemburgo, no que o apresentador do programa respondeu: "Eu, mal, falo cinco."

Luxemburgo, então, voltou à carga contra Cleber. "Você trabalha com comunicação". E o narrador rebateu: "[Trabalho, mas é] em português".

"Você trabalha com comunicação", insistiu Luxa. Rindo, Cleber ironizou: "Você tem razão, você tem razão. O Guardiola foi aprender alemão porque ele é espanhol? Foi porque ele quis aprender alemão."

"Ô, ô, ô", reagiu Luxa, enquanto Galvão tentava acalmar a situação e possibilitar que os demais integrantes pudessem participar do programa.

Luxemburgo x Caio Ribeiro

Caio Ribeiro pediu a palavra e entrou no debate com Luxemburgo. "Acho que vocês têm condições financeiras de pagar um professor particular e aprender um novo idioma. Aí você está se recolocando no mercado, agregando ao seu conhecimento técnico uma facilidade de comunicação que talvez esse seja um problema dos nossos treinadores, porque o futebol mudou não só na dinâmica, na questão tática, é na forma como você conversa no vestiário", argumentou Caio.

"O grande treinador, e já falei pra você e falo aqui publicamente, que fico triste em ver que nesses últimos cinco anos você não conseguiu resultados com o conhecimento que você tem", finalizou o comentário, que foi mal recebido por Luxemburgo.

"Ô, Caio, deixa eu falar uma coisa: você tá totalmente equivocado, porque só pode falar se você acompanhar de perto. Procura conversar com o Roger [ex-técnico do Grêmio], aí você vai ver como é o Vanderlei trabalhando", rebateu o treinador.

"É que você imagina que o resultado seja por causa do meu trabalho. É totalmente moderno, alinhado com as coisas que acontecem hoje. Por exemplo, quem trouxe análise de desempenho para o futebol?", desabafou Luxemburgo.

Com a cara fechada, Caio devolveu. "Eu posso estar errado, não sou dono da verdade, mas quando eu emito uma opinião eu procuro saber o que o mercado está falando", disse

Galvão tentou colocar panos quentes. "Não partiu de ninguém uma acusação que você esteja superado".

Luxemburgo deu continuidade à discussão. "O Telê Santana foi campeão brasileiro em 1971, depois teve duas passagens na seleção que não ganhou, 1982 e 1986", comentou o técnico, sendo interrompido por Cleber, que quis saber do técnico se ele achava aquelas equipes boas, mesmo tendo perdido. "Excelente", respondeu, seco.

"Jogava bem o time?", insistiu Cleber. "Vanderlei, ninguém está falando quando ganha…"

"Deixa eu concluir o meu raciocínio?!!", berrou Luxa, irritado.

"Não precisa gritar, Vanderlei. Ninguém está falando que você…", reagiu Cleber.

"Deixa eu concluir meu raciocínio?", pediu o técnico.

"Manda ver", respondeu Cleber.

"Vou mandar ver, sim, presta bem atenção", devolveu Luxemburgo, que se defendeu do período de seca de conquistas na carreira.

"Quero dizer que o Telê Santana veio a ser o Telê Santana de novo em 1986, no São Paulo, que ele ficou de 1971, depois foi no Grêmio, ganhou um campeonato. O Zagallo quando saiu de 1970 pra 1974 não ganhou, ficou um período sem ganhar e foi ser campeão de novo com o Parreira em 1994. isso é cíclico. Alex Ferguson ficou 30 anos no Manchester United e ganhou dois campeonatos da Champions", disse Luxa.

"Minhas propostas e preferências foram ruins nos últimos anos e fizeram com que não ganhasse, mas se eu acertar naquilo que eu quero de novo, pode ter certeza que vou voltar a ganhar", completou o técnico.

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