Record vê modelo de futebol da Globo como inviável para parceiros
Mauricio Stycer
Colunista do UOL
A desistência da Band em transmitir o Campeonato Brasileiro, depois de dez anos de parceria com a Globo, é o assunto do dia no mundo do futebol e da televisão. Entre as muitas dúvidas que o gesto da emissora provocou, a que exige resposta mais urgente é: a nove dias do início da competição, alguma outra emissora se habilita a entrar no negócio?
Última parceira da Globo antes da Band, a Record sinaliza que não tem interesse algum em exibir o Brasileiro nas condições estabelecidas, há anos, pela dona dos direitos. Para a emissora, a exigência de mostrar a mesma partida que a Globo, tanto aos domingos quanto às quartas, não faz sentido.
A Record acha justo que quem pague mais escolha a partida que deseja exibir. Mas não vê sentido em ser obrigada, como a Band sempre aceitou, a mostrar de forma simultânea o mesmo jogo.
Estimando que a Band pague cerca de US$ 50 milhões (cerca de R$ 175 milhões) por ano à Globo, é preciso faturar, com publicidade, entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões apenas para arcar com todos os custos – praticamente o faturamento anual de uma emissora do porte da RedeTV!.
É possível especular que a Globo terá muita dificuldade em encontrar um parceiro este ano. O SBT não teria interesse em acomodar futebol aos domingos em sua grade. E a RedeTV!, que exibe a Série B, não teria os recursos necessários.
Outro parceiro em potencial neste mercado seria a TV Brasil. A emissora tem feito alguns investimentos nesta área. Desde 2012, exibe a Série C do Brasileiro. O momento político do país, no entanto, deve dificultar uma decisão neste momento.
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