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Times fechados com EI projetam ação em bloco pra pressionar Globo na aberta

UOL Esporte

21/04/2016 06h00

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Presidentes de clubes que fecharam com o Esporte Interativo posam para foto em evento da emissora no Museu do Futebol, em São Paulo

Assim como ocorre na TV fechada, as Organizações Globo devem enfrentar mais dificuldade na renovação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro na TV aberta. Esse é o discurso das 13 equipes que assinaram com o Esporte Interativo (EI) e abandonaram o Sportv. Elas prometem agir em conjunto para ter maior poder de barganha com a emissora carioca.

A intenção dos clubes é a de unificar ideias, verificar quais pontos são prioridade e formar um bloco que busque fechar focos de interesses a todos, e não só caso a caso. Os itens que os times pretendem avançar são a divisão do dinheiro, que hoje privilegia Flamengo e Corinthians, o horário dos jogos, a recusa em falar o nome dos estádios e não coincidir jogos da seleção com o de campeonatos.

O estágio em que se encontra o acordo entre os dirigentes pode ser classificado como um protocolo de intenções. Todos concordam que haverá benefícios, mas há pontos que precisam ser acertados para um discurso único se adotado.

O presidente do Internacional, Vitorio Piffero, contou que a intenção é escolher um representante que vai negociar com a Rede Globo e demais interessados. Mas ele ressaltou que ainda é cedo e a estratégia a ser usada não está definida.

O presidente do Paraná, Leonardo de Oliveira, falou que a ideia precisa ser amadurecida para os clubes firmarem compromissos entre si. O dirigente lembra que as cotas de TV aberta precisam ser negociadas até 2018 e, como os outros presidentes de clube, afirmou que nesta situação o ditado 'a união faz a força' é mais do que válido.

"Não é uma ruptura, mas uma mudança de mentalidade", declarou Marcelo Sant'Anna, presidente do Bahia.

Ele acrescenta que outras equipes que assinaram com o Sportv são bem-vindas no grupo para aumentar a força na hora de negociar com a TV aberta. O mesmo se aplica ao Palmeiras, que até o momento não fechou os direitos de transmissão de TV a cabo nem com as Organizações Globo, nem com o Esporte Interativo.

Um ponto que Sant'Anna bateu forte foram os jogos das 22h. O dirigente declarou que nenhum jogador ou membro de departamento médico gosta deste horário. Mas ele acenou com a possibilidade de criar uma alternativa para emissoras de TV aberta, como jogar em outro dia.

O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, disse que negociar em conjunto recupera, pelo menos em parte, a força do extinto Clube dos 13. Por coincidência, o mesmo número de clubes presentes no Museu de Futebol na terça-feira.

Felipe Pereira
Do UOL, em São Paulo

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