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Conheça a repórter do Esporte Espetacular que "mora" com as atletas

UOL Esporte

01/10/2015 06h00

Buscar histórias reais e que emocionam mais que um filme ou uma novela. Essa é a rotina da jornalista da Rede Globo Juliana Sana, que comanda o quadro "Mulheres Espetaculares", do Esporte Espetacular. No programa dominical, a gaúcha mostra reportagens intensas em que retrata a vida de atletas brasileiras da forma mais próxima possível: vivendo com elas.

Sempre muito independente, Juliana saiu cedo da casa da família, casou com o diretor catalão Salvador Llobet, viajou o mundo, fez jornalismo para contar histórias. A missão é mostrar que a vida supera a ficção. Para isso, percebeu que vivendo junto com suas personagens, conseguiria extrair a verdadeira história.

"Eu entro na vida das personagens eu abandono a minha vida, a minha casa, e mergulho de cabeça na rotina das atletas. Adoro entrar na pele delas, virar uma lutadora, na outra semana uma surfista, por exemplo. É como se eu tivesse uma dupla vida: a das atletas e a minha. Às vezes acordo de madrugada e não lembro onde estou dormindo", contou Juliana Sana em entrevista ao UOL Esporte.

Cada quadro demora em torno de um mês para ser feito e todas as atletas são escolhidas a dedo por Juliana. São até 15 dias vivendo com e como a personagem. Ela faz as mesmas coisas que as atletas, come da mesma comida, dorme com elas.  A ideia surgiu na experiência da jornalista que percebia seus personagens mais à vontade quando a câmera era desligada e o clima ficava mais íntimo.  "Acho que as histórias emocionam, porque são verdadeiras", comentou a repórter em entrevista ao UOL Esporte.

Durante o tempo que mergulha totalmente na rotina do esporte, sofre até mesmo o momento mais triste na vida de quem compete em alto rendimento: as lesões. Juliana já teve uma lesão grave no joelho patinando no gelo com a atleta olímpica Isadora Willians; machucou as costas surfando com Maya Gabeira, quebrou um dente lutando com Aline Silva.

Antes do esporte, ela também comandou o programa "Na Pele", do Multishow, em que se passava por suas personagens e viveu como boxeadora, mendigo e até mesmo stripper.

Personagem mais desafiadora do quadro

"Sem dúvida, foi a paraolímpica cega Terezinha Guilhermina. O diretor vendou os meus olhos antes de entrar na casa dela, assim tive que imaginar como era a casa e a própria Terezinha, que eu não conhecia. E realmente experimentei um mundo diferente de sensações ao lado dela. Além de aprender a correr de olhos vendados, cozinhar e caminhar. Conheci uma nova perspectiva da vida, ao lado de uma pessoa espetacular que vê a vida sempre colorida. Todos os personagens me ensinam algo, mas Terezinha nos deu uma lição de vida inesquecível".

Desenvolvendo as histórias na casa das personagens

"Entrei no jornalismo para contar histórias. Acredito que a vida supera a ficção. Acho que as histórias emocionam porque são verdadeiras. Todo o meu esforço é real e de coração. Não tem dublê. Estou envolvida desde a escolha dos personagens até o último dia de edição".

O esforço psicológico e físico de viver com as atletas

"O esforço desse quadro é mais psicológico que físico. Moro com pessoas que não conheço, tenho que lidar com histórias, frustrações, dramas e sonhos. E eu tenho que estar atenta, passando confiança, tranquilidade. Quando eu entro na vida das personagens, eu abandono a minha vida, a minha casa, e mergulho de cabeça na rotina das atletas. Fui atleta por 10 anos (ginasta), aprendi no esporte a disciplina e a perseverança".

Livre de pudores ao viver stripper

"O objetivo era mostrar que a nudez não é um bicho de sete cabeças, mas sim uma forma de arte, como no caso da stripper que eu conheci. Ela amava dançar e aquele era o seu ofício. No fim da noite ela voltava para casa e ganhava a "benção" da mãe, uma católica orgulhosa da filha".

Karla Torralba 

Do UOL, em São Paulo

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