Apresentadoras nuas atacam no Pan e não veem estilo como apelação na TV
Ser entrevistado é algo que deixa algumas pessoas um pouco embaraçadas. Vergonha, nervosismo e intimidação ao ter que se pronunciar diante de um microfone e uma câmera. Pra quem se inibe e sente sensações como essa, é bom ficar longe da Vila Pan-Americana, em Toronto, onde quase todos os atletas dos Jogos estão hospedados. Mas o problema não é por conta deles, e sim de um grupo de garotas canadenses que deixa muitos em situação desconfortável.
São dezenas de garotas que produzem o telejornal local Naked News de uma forma pra lá de questionável no jornalismo: apresentam matérias com pouca roupa, sem a parte de cima e fazendo striptease. O grupo é muito conhecido no Canadá e tem vários acessos em seu site, embora carregue junto muitas críticas pela forma apelativa nas imagens para a TV. Ao menos, o canal não é visto por qualquer um: somente quem pagar extra na TV a cabo (sistema pay-per-view) ou pela internet, também paga.
Na província de Ontario, no Canadá, onde fica sediado o telejornal, é liberado fazer topless. As "naked girls" dizem que são muito mais bem recebidas do que vítima de críticas e justificam o porque não encaram o que fazem como apelação.
"Você pode não acessar o website e o programa se não quiser. E precisa ter pelo menos 18 anos pra poder assistir. É legal (por lei) fazer topless em Ontário. Nós lutamos muito pra isso. Até onde tenho consciência, isso não é um atendado ao pudor e assédio sexual. Isso é uma questão científica. Os seios não são objetos sexuais. São características como a barba. Você não cobre a minha face e eu não cubro algumas partes. Sou mãe e tenho filhos. Não vejo problema nenhum em fazer isso. Eu sempre fui educada pra me preocupar apenas com o que acho que deva ser preocupação, e não é o caso disso", disse Katherine Curtis, uma das apresentadoras.
"De quem você gostaria de receber notícias no jornalismo? De um cara de terno ou uma mulher nua? Às vezes a maneira que você leva uma mensagem pode soar menos agressiva. Tem tantas más notícias no mundo que às vezes é melhor receber a informação de uma maneira mais suave", prosseguiu. Sua companheira Madison Banes fez coro. "Às vezes as pessoas ficam nervosas por ver algo diferente, mas nos proporciona momentos divertidos e elas entendem que é apenas um show. Acho que quando você faz algo errado, você sabe. Não há errado com o que fazemos."
Nenhuma delas é casada, e Kurtis tem filho. Ambas dizem que ninguém na família recrimina. Todos apoiam "Meus pais ficaram muito felizes por mim. Eu falei pra eles que iria fazer esse trabalho e eles sempre me deram muita liberdade para minha vida. Meu pai disse ´que legal que você vai ser uma naker´. Eles me apoiaram. A maioria das pessoas se chocam quando fazemos as coisas, mas entendem o nosso show. É um tipo de programa que eu tenho muito orgulho de fazer. É um programa que já está sólido por todos os anos", sentenciou Kurtis.
"Meus pais sempre me apoiaram pra tudo e ficaram muito felizes e entusiasmados com a possibilidade. Fazemos e mostramos uma coisa natural, não é uma coisa que é verdadeira", complementou Madison.
No Pan, elas ficam em frente à Vila Olímpica e fazem abordagens aos atletas com perguntas indiscretas e algumas brincadeiras debochadas. Relatam que todos eles têm gostado muito. "Tem sido espetacular. Eles tem sido muito amigáveis e felizes quando brincamos com eles, a recepção tem sido ótima. Vemos que eles estão adorando. Eles ficam um pouco chocados, mas estão adorando a situação", explicou Kurtis.
José Ricardo Leite
Do UOL, em Toronto (CAN)
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