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Falcão vê Brasil arrogante e que não aprendeu com derrotas acachapantes

UOL Esporte

03/07/2015 20h39

Reprodução/FOX

Reprodução/ESPN

A inércia após resultados vexatórios como o sempre lembrado 7 a 1 que a Seleção levou da Alemanha na semifinal da última Copa de 2014, no Brasil, mas também o 4 a 0 imposto pelo Barcelona de Guardiola em 2011 ao time do Santos, na época com Neymar e Ganso, pela final do Mundial de Clubes, demonstram que o futebol brasileiro não tem aprendido com os erros, os fiascos mais marcantes e dele tirar lições. Foi o que disse o ex-jogador, técnico e comentarista Paulo Roberto Falcão ao programa Bate-Bola 3ª Edição, da ESPN Brasil.

"Copa do Mundo a gente não vai esquecer, principalmente o jogo com a Alemanha, mas isso não significa que não se possa trabalhar em cima e colher frutos e tirar daquela derrota bons ensinamentos. Acho que não aconteceu ainda, como não aconteceu depois dos 4 a 0 do Barcelona no Santos. Depois de Copa do Mundo, falamos as mesmas coisas e elas não saem do lugar", criticou ele, enxergando traços de arrogância e prepotência das pessoas em verem o país ainda acima dos demais no futebol mundial.

"Nós temos um país maravilhoso, com música eclética fantástica, praias antológicas e isso a gente é muito humilde em falar sobre isso. Diferentemente do futebol que a gente tem uma arrogância, uma prepotência absurda de achar que jogamos o melhor futebol do mundo e faz horas que não joga. Se não entender isso e não tiver humildade pra reconhecer, a gente não sai do lugar. Tem obrigação de entender o que as outras seleções estão fazendo lá fora. Não precisa fazer se entender que não deva, não, mas tem que saber. Não é uma coisa simples", alerta.

Desconfiado, porém se colocando à disposição para ajudar, Falcão se disse curioso quanto à reunião da próxima segunda convocada pela CBF para treinadores que passaram pela Seleção Brasileira

"Recebi convite da CBF, Gilmar Rinaldi me ligou. Segunda-feira tem reunião com ex-treinadores da Seleção e tô curioso pra saber onde é que a gente pode colaborar, o que vai ser pedido. Espero que não seja nenhum golpe de marketing", declarou para a ESPN.

"Seleção Brasileira a gente sempre vai fazer uma que seja competitiva. Nós temos é que reforçar os nossos clubes, dar condições para que possam ter times fortes e termos um Brasileiro melhor do que o que vimos no ano passado  e que estamos vendo hoje, isso tecnicamente", continuou ele, que também falou sobre a sua opinião sobre maior atenção à formação dos atletas desde garotos.

"Uma coisa fundamental é valorizar o talento, o jogador de qualidade. O treinador da categoria de base também tem o sonho de dirigir o time principal e ele sabe que precisa ganhar, arrumar resultado, então o que ele faz, como qualquer outro faria se não tiver uma filosofia de cima? Ele vai no jogador mais preparado fisicamente que possa dar o resultado imediato num jogo, campeonato do que no outro, um garoto mais frágil, que talvez precise ser melhor preparado e tenha muito mais qualidade, com isso em cima se sofre", diagnosticou.

"Hoje, a CBF tem que estar preocupada com a base, lá embaixo, chamar os profissionais da base, conversar com eles para que se possa construir um futebol de mais qualidade", sugeriu.

"A Alemanha foi campeã do mundo e não tinha um craque. Não tinha Neymar, um Cristiano Ronaldo, não tinha um Messi, não tinha Zico, Maradona nem Platini, não tinha, mas um time muito organizado, com planejamento, definições, tudo bem pensado, os alemães estudaram. Dá, sim, para fazer uma seleção que seja exemplo e possa ganhar Copa do Mundo com jogadores acima da média, mesmo que sem nenhum craque, mas com planejamento e organização", analisou.

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