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Comentarista da Fox vê machismo pedido de punição por dedada: “e daí?”

UOL Esporte

25/06/2015 17h03

Créditos: Reprodução / Fox Sports

Créditos: Reprodução / Fox Sports

Assunto obrigatório nas discussões das mesas redondas esportivas nesta quinta, a provocação em campo do defensor chileno Gonzalo Jara de colocar os dedos entre os glúteos do centroavante uruguaio Edinson Cavani, que acabou expulso justamente por reagir ao ato sujo no duelo da Copa América nesta quarta, mereceu do jornalista Flavio Gomes uma opinião diferente do caso em participação no programa Fox Sports Rádio desta tarde.

Diferentemente dos demais participantes do programa, que defenderam uma pena pesada da Conmebol para o atleta do Chile, Flavio viu machismo por parte das pessoas sedentas por punição ao zagueiro: "que é isso? Estamos em 2015 e não na era medieval da inquisição. Não tem que fazer nada. O cara nem foi expulso nem levou cartão amarelo. Deu uma dedada no cara e daí? Tão querendo banir o cara do futebol por causa disso? Não tô acreditando nesse moralismo absurdo."

E prosseguiu: "dizer que é errado é uma obviedade tão grande que acho desnecessário discutir. Se me perguntar se é certo ou errado, eu vou dizer que é errado. Só que para tudo que é errado e que acontece no campo de futebol existe uma figura prevista no regulamento que se chama árbitro que tem de observar o que acontece de errado e punir ali com cartão", opinou, antes de explicar melhor sobre o julgamento machista que enxerga na reação das pessoas ao episódio.

"Não acho que é caso para punição nenhuma. Evidente que essa discussão é machista. Pergunto: existe uma diferença moral entre uma patolada e uma dedada? Esse caso está sendo tratado sob um ponto de vista sexual. Isso não é agressão. Tá havendo um julgamento moral, não de agressão esportiva. Se fosse o cara apalpando a genitália do rapaz, essa exaltação de ânimos toda não existiria. Discussão única e exclusivamente machista. Tá todo mundo indignado porque o cara é macho e não pode levar uma dedada. E se ele fosse homossexual?", questionou na atração.

Flavio Gomes ainda viu incoerência, já que, segundo ele, não houve a mesma reação quando o então corintiano Emerson Sheik mordeu a mão de um defensor do Boca Junior na final da Copa Libertadores de 2012. "O Sheik morde o dedo do cara, e a imprensa brasileira 'ah, que legal'", opinou no programa do Fox Sports, para discordância dos colegas, que ponderaram que no caso de Emerson foi uma reação a uma agressão do argentino e não uma iniciativa como ocorreu com o chileno Jara.

"Isso daí já vi um milhão de vezes no futebol, só que hoje, com trezentas câmeras e 500 fotógrafos", observou Flavio, sobre a maior exposição dos atletas em campo a flagras do tipo pelas imagens das televisões.

Rogerio Jovaneli
Do UOL, em São Paulo

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