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Wright diz que Gaciba não tem nível para comentar na Globo: “fraco”

UOL Esporte

28/05/2015 06h00

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José Roberto Wright, do Esporte Interativo

O ex-árbitro José Roberto Wright nunca escondeu ser afeito a polêmicas. Foi comentarista de arbitragem da Rede Globo por mais de uma década, mas não teve o contrato renovado no final de 2011. Hoje, trabalha do Esporte Interativo, na mesma função. Ele diz que atualmente nenhum juiz tem o seu estilo, considerado durão.

"Todos estão levando muito desaforo". E aproveita para detonar um de seus sucessores na antiga emissora, o ex-árbitro Leonardo Gaciba. "Quando se trabalha numa empresa de grande porte, você tem a obrigação de estudar, você tem a obrigação de fazer a avaliação das coisas e não achar pelo achismo. Ele é fraco, muito fraco. Ele é fraco na interpretação, ele interpreta erradamente de forma contínua", diz.

No Esporte Interativo desde novembro do ano passado, Wright  diz que a sua saída da Globo foi natural. "Terminou o meu contrato e não fizeram a renovação. Eles fizeram por exemplo uma aposta no Gaciba e depois trouxeram o Paulo César de Oliveira, que está muito bem. Renovaram o contrato do Arnaldo (César Coelho) em função da renovação do Galvão, independentemente da excelente qualidade que o Arnaldo tem. Na minha opinião é o melhor comentarista de arbitragem que a televisão tem, nenhum é melhor que o Arnaldo, o Arnaldo é top", afirma.

Ainda que não diga diretamente, Wright  parece não ter aceitado bem a contratação de Gaciba. "Ele nunca conseguiu fazer uma competição internacional porque ele era reprovado nos testes físicos. Independentemente disso, a avaliação que ele faz das jogadas, na minha opinião é uma avaliação muito errada. Por exemplo, na Liga dos Campeões de 2013, quando o Bayern fez 4 a 0 no primeiro jogo, foram três gols irregulares e o Gaciba viu legalidade em todos eles". Procurado pelo UOL Esporte, Gaciba afirmou que "cada cada um tem o direito de falar o que quiser, de se pronunciar e dar as suas opiniões. Só isso. Não tem problema nenhum".

Por outro lado, ele vê Paulo César de Oliveira como uma aposta acertada. "Ele está entrando em um ritmo bem adequado. Às vezes ele é um pouco redundante, mas é claro na interpretação. Ele explana muito bem a situação do jogo, analisando realmente o fato. Isso é uma grande vantagem. Ele interpreta corretamente a jogada. Fala claro e transmite aquilo que você está vendo em casa. É mais ou menos o estilo que eu uso. Chamar a atenção para o detalhe. E o Paulo César faz isso muito bem".

Wright afirma que hoje os árbitros estão aturando muio desaforo e deixando o jogo descambar para a violência. "O meu estilo não tem qualidade técnica como o Arnaldo por exemplo tem. O que aconteceu foi que nesses últimos anos a Fifa priorizou o aprendizado do árbitro. O árbitro fica preocupado com tantos detalhes e o mais importante, que é analisar a jogada, eles não fazem. Sabe o que falta hoje para os árbitros? Personalidade".

Do tempo em que era árbitro, ele se recorda de um dia em que deu o troco no narrador da Bandeirantes à época, Silvio Luiz. "Foi um jogo do Santos na Vila Belmiro contra o América de São José do Rio Preto. O Silvio Luiz é um ex-árbitro de futebol que fez uma carreira como locutor criou o seu estilo. E de graça, a troco de rigorosamente nada, porque eu nunca estive com ele, ele fazia críticas a mim desnecessárias, absurdas".

Ele conta que nesse dia a Bandeirantes ia transmitir a partida e o repórter José Luiz Datena disse a ele que a emissora estava com um problema de atraso e que era preciso adiar em 6 minutos o início da partida. "Eu respondi, isso é mole, Datena. Eu vejo a rede, eu vejo o campo e eu atraso estes 6 minutos pra você poder entrar, porque afinal de contas o direito de transmissão é de vocês. Mas me deu um estalo na hora e eu perguntei quem é que ia fazer a narração".

Quando Datena respondeu que era o Silvio Luiz, Wright mandou parar. "Então você diz ao Luciano do Valle, que é meu irmãozinho, e que eu adoro, que eu vou começar o jogo na hora porque esse filho de uma p…. vive me sacaneando". "Comecei o jogo e eles entraram depois de 7 minutos. Se fosse qualquer narrador, eu faria diferente. Ele (Silvio Luiz) é um cara muito escroto."

Vagner Magalhães
Vanderlei Lima
Do UOL, em São Paulo

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