SporTV e ESPN se reúnem para dividir luta do século. Plano B é pay-per-view
Wilson Baldini Jr.
Em São Paulo
Uma reunião entre SporTV, ESPN Brasil e Canal Combate define nesta quarta-feira a transmissão da luta entre Floyd Mayweather Jr. e Manny Pacquiao para o Brasil. O duelo será dia 2 de maio, em Las Vegas. O valor da transmissão é de R$ 150 mil – sem contar gastos com satélite e outros operacionais – e considerado alto pelas emissoras, pois, segundo seus diretores, não há patrocinadores interessados no evento. Por este motivo, a Rede Globo descartou a possibilidade de ficar com a atração, oficializada em 20 de fevereiro.
Os canais SporTV e ESPN estudam a possibilidade de dividir os gastos e passarem a luta juntos. Se a negociação não der certo, o canal Combate – que transmite prioritariamente eventos de MMA, como o UFC – pode usar o sistema pay-per-view para transmitir o duelo.
Os pacotes seriam comercializados a R$ 40, preço mais em conta do que nas transmissões do UFC. Cada evento de MMA é vendido a R$ 75,90. A assinatura mensal do canal é R$ 69,90 (segundo o site da operadora Sky).
Nas Filipinas, terra de Pacquiao, onde calcula-se que cerca de 98 milhões de pessoas vão ver a luta pela TV, a principal emissora do país pagou US$ 10 milhões para ter a luta. No México, Televisa e TV Azteca investiram US$ 2,3 milhões e ainda vão passar com 30 minutos de atraso para terem um preço mais acessível.
Nos Estados Unidos, Showtime e HBO entraram em um acordo para transmitir a luta juntas, pois Mayweather tem contrato com a Showtime e Pacquiao, com a HBO. Até seus apresentadores de ringue, Jimmy Lennon Jr. e Michael Buffer vão dividir as ações antes e depois do combate. HBO e Showtime só haviam feito uma parceria neste modelo em 2002, quando Mike Tyson enfrentou Lennox Lewis pelo título mundial dos pesos pesados.
O Brasil não é considerado um mercado forte para os promotores do combate, por isso os valores inferiores e a dificuldade de negociação. Para se ter uma ideia, na época áurea de Mike Tyson, a Globo pagou US$ 1 milhão para receber um pacote de lutas, que incluía outros eventos como combates de Julio Cesar Chavez. Na época, a Globo tinha como recurso para bancar o combate sortear carros, o que era feito por meio de telefonemas para telefones "0800".
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