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Desafio ao Galo teve Leifert garoto, Faustão, e fim à rejeição de Cafu

UOL Esporte

09/01/2015 06h00

Entre 1973 e 1996 a grade das manhãs de domingo da TV Record de São Paulo tinha como a sua principal atração o Desafio ao Galo, que levava para a tela o futebol varzeano. Pelas regras, o vencedor de cada partida tinha o direito de voltar na semana seguinte. O desafiante era sorteado no intervalo da transmissão. O vencedor de cada partida era o "galo" a ser desafiado.

A fórmula durou até meados dos anos 90, quando a atração teve fim. Nesse período, as transmissões de futebol ao vivo eram restritas. Não havia TV a cabo a as opções eram restritas aos canais de sinal aberto.

O repórter Samuel Ferro conta que esteve em campo durante praticamente toda a existência do Desafio ao Galo. "Estive lá de 1973 a 1995. Entre os narradores tivemos o Silvio Luiz, o Raul Tabajara, Fausto Silva e o Joseval Peixoto, entre outros", diz ele.

Segundo Ferro o sucesso se dava até por falta de concorrência. "Nos primeiros 20 anos do programa, a várzea era muito forte. Nós dávamos vida a isso. Havia pouco futebol ao vivo na televisão. As TVs costumavam passar os videotapes à noite. Éramos só nós que fazíamos (ao vivo) praticamente.

Ferro se recorda da passagem do apresentador Fausto Silva como narrador da atração. "O Fausto ficou com a gente por cerca de dois anos. Mas o que ele queria mesmo era um programa de auditório. Eu levei a fita dele para o Paulo Machado de Carvalho, que gostou, e levou ao ar o Perdidos na Noite", disse.

Em 1996, no último ano da atração, aos 16 anos, Tiago Leifert, atual apresentador do Globo Esporte, assumiu o posto depois da saída de Ferro. Na ocasião, o programa já era apresentado na TV Gazeta.

Joseval Peixoto, atual âncora do SBT Brasil, foi um dos narradores do torneio. Ele se recorda de um domingo triste, em 1º de maio de 1994, quando do microfone do Desafio ao Galo atualizava as informações sobre o estado de saúde do piloto Ayrton Senna, que havia sofrido o acidente que o matou em Ímola, na Itália.

"Eu morava em Moema e vi o acidente ainda em casa. Fui lá para o CMTC Clube narrar uma partida e passei a atualizar os telespectadores sobre o que estava acontecendo", disse ele.

Peixoto, que narrou os 30 minutos finais da Copa do Mundo de 1970, em um pool formado pelas rádios Jovem Pan, Bandeirantes e Nacional de São Paulo, conta que foi trabalhar no Desafio ao Galo a convite de Paulo Machado de Carvalho, com quem mantinha uma grande amizade. Na ocasião, ele estava se aposentando do microfone esportivo.

"Eu sempre brincava que o Desafio ao Galo juntava os jogadores iniciantes aos veteranos que estavam encerrando a carreira. Na locução, ele também seguia essa regra", diverte-se.

Por Vagner Magalhães
Do UOL, em São Paulo

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