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6 coisas que você não sabia sobre preparação dos narradores para o Carnaval

UOL Esporte

28/02/2014 06h00

Encarar até dez horas de narração ininterrupta não é uma das tarefas das mais fáceis. Cada narrador tem seu truque para driblar imprevistos no desfile ou mesmo para não ter sono durante a madrugada. Bebidas energéticas e 'colas' no papel são algumas das receitas utilizadas para ajudar na transmissão.

O UOL Esporte conversou com os narradores esportivos Téo José, da Bandeirantes, Vanessa Riche, do Sportv, e Luis Roberto, da Globo, todos eles escalados para cobrir o Carnaval.

Confira algumas estratégias usadas pelos profissionais durante o Carnaval:

  • Téo José: até 10 latinhas de energético para transmitir o Carnaval

1 – Energético para tirar o sono – o narrador da rede Bandeirantes Téo José revela que bebe várias latinhas de energético durante os desfiles noturnos. Para o narrador, o estimulante o deixa ligado para horas de narração.

"Em jogos de futebol, costumo beber só um antes da partida. Mas no Carnaval eu redobro. Eu tomo uma latinha por hora. Eu já bebi 10 latinhas de energético em um desfile. Virou um costume para mim. Sinto que melhora o raciocínio  e ajuda a ficar acordado", diz Téo José, que neste ano fará a cobertura do Carnaval no Recife pela Band.

"Eu bebo tanto energético no Carnaval que só consigo dormir cinco horas depois de chegar ao quarto", completa.

2 – Whatsapp para matar a saudade dos filhos – A jornalista Vanessa Riche pela primeira vez atuará como narradora de desfile carnavalesco (desfile das campeãs do Rio pelo canal pago Viva). Até então ela atuava como repórter na pista da Sapucaí, entrevistando os foliões.

  • Vanessa Riche narrará desfile das campeãs do Rio e deixará a babá para cuidar dos gêmeos

Vanessa diz que a maior dificuldade para este ano será deixar seus filhos em casa. Os meninos gêmeos têm 10 meses. A solução encontrada foi se comunicar via Whatsapp com a babá durante a transmissão do Carnaval.

"Já deixei combinado com a babá para ela mandar mensagens e fotos dos bebês enquanto eu estiver lá no estúdio montado na Sapucaí. Aí eu dou uma olhada no Whatsapp [aplicativo de mensagens via celular], vejo que está tudo bem com eles, e continuo a transmissão mais tranquila", sorriu Vanessa.

3 – Comentaristas dormindo durante desfile – É uma tarefa árdua encarar longas jornadas carnavalescas sem bocejar. Não é raro ver pessoas cochilando na área carnavalesca. O problema é que o sono também atinge profissionais da imprensa. E quando isso acontece, a solução é improvisar.

"Eu não vou dar nomes, mas já aconteceu de eu narrar o Carnaval de São Paulo com as duas comentaristas ao meu lado dormindo na bancada. Continuei a narração por 40 min sem que ninguém percebesse a ausências das comentaristas. Carnaval é 100% improviso", relembra Téo José.

4 – Nada de falar 'gostosa' – Mesmo com tantas mulheres exuberantes na avenida, os narradores, sobretudo homens, precisam se controlar nas narrações. Téo José dá a dica:

"Não fica bem dizer que ela está 'gostosa'. Têm diversas maneiras de exaltar a foliã de uma forma muito mais suave. Eu falo, por exemplo, que aquela mulher é 'danadinha'. Ou quando aparece uma mulher bonita na avenida eu digo 'olha aí mais uma beleza no Band Folia'.

5 – Visitas aos barracões antes dos desfiles – A missão dos narradores não é apenas chegar ao sambódromo e transmitir o que vê. Os narradores costumam fazer um "vestibular" em barracões para ficar por dentro dos temas e intenções de cada escola.

  • "Em uma transmissão falei que a bateria era 'invocada'. A escola gostou tanto que batizou a ala de 'Bateria Invocada"', disse Luis Roberto, narrador do Carnaval carioca pela Globo

"Durante quarenta dias, faço entrevistas com carnavalescos, coreógrafos, mestres de bateria, cantores, mestre sala e porta bandeira, diretores de carnaval e harmonia, entre outros. A ideia é justamente ter maior base para narração. Essa anotação é fundamental para as transmissões", comentou Luis Roberto, responsável pela transmissão do Carnaval carioca de 2014.

6 – Narradores levam 'cola' para as transmissões – Vanessa Riche e Luis Roberto adiantaram que levarão suas 'colinhas' para os desfiles.

"A emissora já prepara um resumo detalhando enredo, fantasia, alegorias. Eu estive na Cidade do Samba [reduto das escolas de samba do Rio] para conferir a preparação. Anotei tudo", disse Vanessa.

"Certamente vale usar uma 'cola'. Muitas informações já estão na cabeça, mas o Carnaval é um universo gigantesco", acrescenta Luis Roberto.

Por Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

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