Topo

Adrenalina, combate ao frio e estudo são trunfos de narrador no Super Bowl

UOL Esporte

01/02/2014 06h00

Everaldo_Marques
Amplo conhecimento sobre o que fala, com dados, estatísticas e história. Tudo isso somado a uma boa dose de humor e histórias que envolvem os personagens da partida. Esse é o estilo de narração de Everaldo Marques, da ESPN, nos jogos de futebol americano. A mistura entre irreverência e informação parecem ter caído no gosto do público.

Ele fará sua quarta transmissão in loco de Super Bowl, no próximo domingo, em Nova Jersei, ao lado do tradicional companheiro de bancada, o comentarista Paulo Antunes. E, para este evento, tem um novo "adversário" que tem que superar em sua preparação: o forte frio que faz no local da final, que beira os -15º.

"Nunca passei um frio assim na minha  vida. Já havia narrado um Super Bowl em Indianápolis, outros dois na Flórida e um em Nova Orleans. O maior frio que eu havia passado até então foi na África do Sul. Mas pegar -15º, nunca. Eu vim pra cá preocupado com isso e por isso protejo bem minhas vias aéreas e uso cachecol e gorro", falou ao UOL Esporte.

"No meu primeiro dia aqui acordei com a garganta inflamada. Trouxe até um anti-inflamatório. Mas agora estou bem e não sinto nada. O pior já passou. Mas antes estava difícil. As rajadas de vento entre as avenidas ferram tudo. Você perde até a sensibilidade e fica com a boca anestesiada. Uso até manteiga de cacau. Sem vento, até que é um frio suportável."

Everaldo conta que as brincadeiras feitas em transmissões são todas frutos de improviso e não há nada planejado. E diz que jogos como o futebol americano propiciam isso pelo longo tempo de transmissão e pelo fato de o jogo ficar parado e sem ação, o que exige também que a equipe transmita muitas informações.

"O jogo é muito parado e tem horas que não acontece nada. São três horas e meia de transmissão e tem que se pesquisar muita coisa pra falar. Em um jogo longo desses você tem espaço para puxar algum assunto não relacionado à partida. Imagina só fazer isso (brincadeiras) em um jogo de futebol e contar histórias no meio da partida. Você vai irritar o cara", explicou.

"Você precisa preencher o conteúdo, e a pesquisa pros jogos é longa, intensa e trabalhosa. As brincadeiras acabam surgindo do nada, nós nem combinamos. Quase nem nos falamos antes da transmissão (sobre o que fazer). As coisas vão saindo de acordo com os ganchos que aparecem, nada é pensado ou premeditado. É improviso puro."

Apesar da longa experiência, Everaldo diz que na semana decisiva  bate uma certa adrenalina, em meio à jornada de trabalho, pela responsabilidade de um evento que ganha cada vez mais fãs e é um dos mais vistos na grade da emissora.

"Tentamos nos concentrar pra uma emoção na dose certa. É óbvio que sei que tem mais gente assistindo e tem sido assim nos últimos anos, com a audiência crescendo. Super Bowl é aquele evento que até quem não acompanha assiste no dia. É obvio que sei que tem mais gente, dá uma dose de adrenalina", comentou.

O Super Bowl entre Denver Broncos e Seattle Seahawks será transmitida pelo ESPN a partir das 21h (horário de Brasília) do próximo domingo.

MUITO FRIO E NEVE: SUPERBOWL 2014 DEVE SER ASSIM

  • Denver Broncos e Seattle Seahawks se enfrentarão pela grande final da temporada do futebol americano. No dia 2 de fevereiro, o moderno Met Life Stadium, em Nova Jérsei, será sede do Super Bowl XLVIII. O problema é que muitas regiões dos Estados Unidos estão sofrendo com a neve e com as baixas temperaturas, inclusive o Met Life Stadium.

Sobre o Blog

A TV exibe e debate o esporte. Aqui, o UOL Esporte discute a TV: programas esportivos, transmissões, mesas-redondas, narradores, apresentadores e comentaristas são o assunto.