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Cléber Machado se destaca por poucos bordões e muitas gafes; ouça narrações

UOL Esporte

14/11/2013 06h00

Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo

Narrador número 2 da Rede Globo, Cléber Machado completa, em 2013, 25 anos de trabalho na emissora. Com papel de destaque nas coberturas de futebol e Fórmula 1, o paulistano de 51 anos ficou conhecido por narrações muito próprias em que, curiosamente, depende de poucos bordões fixos. Por outro lado, também fez fama com gafes e frases sem sentido que acabaram virando sensação entre os telespectadores.

Amante da locução desde que jogava botão com o irmão e assumia o microfone imaginário da partida, Cléber Machado é um narrador em que voz e estilo mudaram pouco com o decorrer do tempo, diferentemente de Galvão Bueno, por exemplo. Ele começou na Globo em 1988, em uma afiliada, e no ano seguinte passou a narrar futebol. Antes disso, passou por Rádio Bandeirantes, Rádio Tupi e TV Gazeta.

Em seus primórdios, ao se ouvir narrações como as da Fórmula 1 no ano de 1990, Cléber Machado já mostrava uma voz muito semelhante com a que narra hoje em dia. A fluidez das palavras e o jeito de alongar as vogais e destacar cada sílaba no ápice da transmissão (um gol ou, neste caso, uma bandeirada) já eram habituais para ele.

No decorrer do tempo, ele foi ganhando liberdade e segurança em seu papel no microfone e encontrou um estilo mais brincalhão, fazendo sempre piadas junto aos narradores, e tentando levar uma transmissão mais leve – mas ainda com bastante emoção em seus gritos agudos de gol.

Diferentemente de outros narradores, que tem diversos bordões, Cléber usa pouco este artifício. Ficou famoso o seu "pru gol" ou "pru fundo do gol", os termos mais usados em suas narrações, ou o "que loucura" – para casos estranhos, como a briga de Obina e Maurício, do Palmeiras, em partida de 2009.

Mas são os momentos inusitados, acontecidos no calor do momento, que acabam gerando seus episódios mais famosos. Alguns deles, divertidas gafes.

Na Fórmula 1, pelo GP da Áustria de 2002, Rubens Barrichello se preparava para vencer. Cléber se negou a considerar um jogo de equipe para beneficiar o companheiro Michael Schumacher. Mas ele acabou se enganando. "Hoje não, hoje não! Hoje sim… Hoje sim?", disse ele, inconformado, dizendo que teria apostado todo o seu dinheiro que a Ferrari não o decepcionaria desta vez – e que teria perdido a grana.

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Recentemente, ele sofreu com o veneno da torcida. Em transmissão de jogo da Ponte Preta, ele mandou um "sobe som" para destacar um canto, uma versão para a música "O Meu Sangue Ferve por Você", de Sidney Magal. Mas os palavrões que entraram em alguns versos criaram uma saia-justa e deixaram o locutor sem graça.

Isso para não entrar no mérito de seu papel de apresentador, em que ele soltou diversas pérolas em programas como o Arena SporTV – "Porque o mundo mudou, porque hoje você espirra e não ouve mais 'saúde' do cara que está do lado. O mundo te deseja saúde. Ou não", é um exemplo famoso disso.

Conforme explicou a fonoaudióloga Claudia Cotes, a idade acaba levando a alterações na voz, uma vez que a laringe, que é um músculo, muda com o tempo. No caso de Galvão Bueno, as narrações ficaram mais graves. Para Cléber, ainda não houve grandes mudanças neste sentido, mas elas devem acontecer no decorrer da carreira do narrador, que aos 51 anos ainda promete ter muitos anos atrás dos microfones.

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