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Diana Bouth vira atriz e "veta" homens da família por cena nua no teatro

UOL Esporte

03/06/2013 06h03

Crédito: AG News

A paixão pelos esportes radicais e o status de musa do verão carioca levaram a paulistana Diana Bouth, então com apenas 18 anos, a ser apresentadora do programa Zona de Impacto, do Sportv, em 1999.

Foi convidada para fazer um teste na emissora quando ainda era modelo, aos 17 anos. Agradou e ouviu do canal carioca que poderia ter uma chance assim que completasse a maioridade.

Teve sempre o sangue esportivo na veia por ser ela e sua família serem praticantes do surfe. Aumentou o vínculo ainda mais após se casar com o surfista Simão Romão, com quem tem um filho, Pedro, de seis anos.

Após dez anos de atuação com esportes na TV, em 2009 foi para o mundo do entretenimento e atualmente apresenta o  programa sobre maternidade chamado "Mãe e Cia", no GNT . Até que, este ano, teve um novo desafio paralelo à carreira : fazer uma peça de teatro em substituição à atriz Deborah Secco.

Diana já havia sido convidada pela diretora Johana Albuquerque em 2012 para interpretar a personagem Glorinha na peça "O Casamento", de autoria de Nelson Rodrigues, mas não pôde aceitar por outros compromissos. Eis que este ano foi convidada de supetão após a baixa de Secco e aceitou. Teve apenas 20 dias para se preparar e estrear no mundo de teatro.

"Comigo é assim, tudo rápido: ou vai ou racha", brincou. "Foi uma correria no início, pois entrei no meio do projeto. Tinha 20 dias para ensaiar e decorar tudo. Mas todos foram muito generosos comigo. Estou adorando", contou.

Ela contou que "barrou" os homens de sua família, como o próprio marido, de assistirem a peça, logo quando foi lançada, por sentir ainda algum desconforto por uma cena em que aparece nua. Tinha certa resignação. E afirmou que o marido ainda não viu a peça até agora. Se ele [marido] quiser ir é isso: pode ir lá, mas não me avisa que vai. Não posso ficar sabendo", brincou.

A peça está em cartaz desde março e vai até o final de junho no teatro Tuca, da Universidade PUC, em São Paulo. É realizada às sextas-feiras e sábados às 21h30 e no domingo às 18h. Vai até o dia 30 de junho.

UOL Esporte : Como foi estrear no teatro com tão pouco tempo de experiência?
Diana Bouth: Fiquei muito tensa, até por ser a primeira vez que subi no palco…teve aquele pânico inicial. Mas todo mundo me recebeu muito bem. Tanto público como a produção.  Foram extremamente generosos comigo, sou muito grata a todos.

UOL Esporte: Em que a função de apresentadora ajuda no teatro?
Diana Bouth: Ajuda muito. Sabe o que mais me ajuda? Na questão da ansiedade. Fiz muito tempo eventos ao vivo no Zona de Impacto, várias apresentações de esportes radicais ao vivo. Quando cheguei no GNT também fiz. E as sensações são muito parecidas. Antes de a cortina abrir dá o frio na barriga igual atrás das câmeras. Trabalhar e ter coragem na TV me ajudaram muito pro nervosismo não atrapalhar, além da questão da voz e dicção. Tinha feito muitas narrações e locuções. Isso ajuda.

UOL Esporte: Você se sentiu pressionada por ter que substituir a Deborah Secco?
Diana Bouth: A questão de substituir uma atriz ou apresentadora antes de um projeto estrear é mais comum do que as pessoas imaginam. A diretora, Johana Albuquerque, tinha conversado comigo no ano passado, mas estava gravando muitas coisas no GNT e não tinha a menor possibilidade de pensar em entrar num projeto de teatro. O tempo passou, e quando a Deborah não pôde fazer. Aí ela insistiu novamente, e eu estava com a agenda tranquila. Então consegui autorização do canal para realizar o projeto. Considero a Deborah uma das atrizes mais bacanas do Brasil, mas sem problema nenhum em ter que entrar no lugar dela. Essa substituição é normal, foi um presente essa segunda chance.

UOL Esporte: Como está sua sensação após três meses no teatro?
Diana Bouth: O susto já passou, agora está mais divertido. O início foi bem tenso. No começo, eu não sabia nem se iria conseguir fazer. [A Glorinha] é um personagem importante na história. A estreia foi ótima. E então, agora, vamos chegar no último mês. Passou todo aquele nervosismo. Eu consegui fazer tudo bem, é fato. Agora é aproveitar essa experiência e curtir cada vez mais esses últimos dias.

UOL Esporte: Há uma cena em que você aparece nua em função do roteiro da personagem. Como foi para o seu marido ver?
Diana Bouth: Ele ainda não viu [risos]. Quando rolou o convite, na primeira apresentação, eu pedi pra os homens não irem, não só ele, mas todos os homens que envolvem a minha família. Tenho três irmãos, um pai, um padrasto, um filho e um marido. Fora minha mãe, sou cercada por homens. E como é uma experiência nova e sem pontos de referência, pedi pra eles não irem na estreia por não saber o que iriam achar dessa cena.  Eles podem até ir assistir, o problema é saber que alguns deles estão ali na plateia [risos]. É uma cena mais técnica, mais dança do que qualquer outra coisa. Não é fácil. Estamos no último mês, podemos conversar de eles irem sim. Não tem definido um "não pode, não vai". Foi mais um papo. Com minha mãe já foi o contrário. Obriguei ela a assistir. Ela já viu umas 14 vezes [risos]. Mas se ele [marido] quiser ir é isso: pode ir lá, mas não me avisa que vai. Isso, esse nervosismo é com tudo. Com minhas melhores amigos e amigas eu fico assim, imagina então com meu marido?

UOL Esporte: Você tem muito a ver na vida pessoal com a "Glorinha"?
Diana Bouth: Olha, a gente tem pouquíssima coisa em comum. Sou completamente diferente da Glorinha. Mas admiro muito ela. Ela é sem vergonha essa menina [risos]. Todas as meninas do Nelson são assim, mas somos muito diferente. Esse é um dos maiores exercícios que tenho: conseguir fazer alguém diferente  e mostrar sua essência.

UOL Esporte: Sente saudades de trabalhar com esporte na TV? Pretende voltar?
Diana Bouth:
Eu não sei. Tive uma experiência muito bacana na área. Foram 11 anos, mas descobri que meu prazer na vida é me comunicar, não importa se é esportes radicais ou programa sobre maternidade. Esportes radicais é minha vida. Sou casada com surfista profissional, amiga de surfistas e meu pai surfa também. Gosto de palpitar, apostar quem vai ganhar. Eu adoro isso. Comecei em um momento meio adolescente, entrei no Sportv com 18 e sai com 29 anos. Mas eu amo trabalhar com outros assuntos. Abri meu leque ao falar de moda. Trabalhei com Astrid nesse ramo e falávamos de coisas que eu gostaria de fazer. Vai ser um ´Deixa a vida me levar´.

UOL Esporte: Como você conduziu o rótulo de apresentadora musa?
Diana Bouth: Nunca vi por esse lado de ser musa. Fui musa do Verão, do Jornal do Brasil. Mas naquela época eu era nova pra pensar por esse ponto de vista. Quando eu entrei no Sportv, eram só mulheres incríveis lá, verdadeiras musas. Nunca me achei musa. Nessa época eu não gostava de malhar, não me achava gata, me achava jeitosinha, né, mas não musa. Nunca me ajudou e nem me atrapalhou.

José Ricardo Leite
Do UOL, em São Paulo

  • Alexandre Catan/DivulgaçãoDiana Bouth em ação como Glorinha na peça de Nelson Rodrigues

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