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Musa de programa de esportes radicais relembra escravidão do corpo e risco de morte no Sportv

UOL Esporte

03/03/2013 06h03

Crédito da foto: Divulgação

Dora Vergueiro hoje se dedica às suas grandes paixões: a música e as filhas Catarina e Maria. Mas ela ocupou o imaginário de muitos marmanjos na época em que apresentava o Rolé e desfilava de biquíni pelas praias do mundo inteiro ao lado de Dani Monteiro.  A cantora lembra com carinho da época, mas não tem saudades da escravidão do corpo e dos riscos de morte que enfrentou à frente do programa do Sportv.

Afastada da televisão – que ela não pretende voltar, Dora mantém o esporte em sua vida. A bicicleta é seu principal meio de transporte, pratica natação regularmente, não dispensa uma boa aula de localizada e o wakeboard. Mas sem paranoia. Bem diferente da época em que fazia parte do Rolé e era submetida a uma ditadura da beleza.

"A cobrança era muito grande em relação ao corpo. Demorei para me distanciar e perceber como aquilo era escravizante. Tinha que malhar não sei quantas horas por dia, tinha que ter o corpo que todo mundo queria que  você tivesse, dieta. Uma armadilha que todas caíam. Não tenho mais paciência para nadar 4 km, fazer ginástica, depois pedalar num spinning e encarar uma aula de boxe. Treinava desesperadamente", contou, ao UOL Esporte.

Dora lembra com carinho da época que define como 'muito boa' nos três anos à frente da atração. Aos 21 anos, saiu por várias cidades do Brasil e do mundo em busca de lugares exóticos e aventuras. Conheceu paraísos como o Havaí e a Nova Zelândia, que ela elege como seu preferido pela natureza exuberante. E fez de tudo: bungee jumping, parapente, asa delta, paraquedas, kart, parasail, mergulho, wakeboard, surf, escalada, motocross, skate, balão.

O espírito destemido de adolescente contrasta com uma Dora mais madura e até mais responsável pelo passar dos anos e o nascimento das filhas. Hoje, ela se lembra das vezes em que correu até risco de morte.

"Arrisquei muitas vezes a minha vida, esporte radical é esporte radical mesmo. Já pulei de paraquedas e ele não abriu, tive que abrir o reserva. Já voei de parapente em condição ruim e fui sugada pela nuvem, teve parapente que fechou. Uma vez em Foz do Iguaçu, o rafting virou e não consegui segurar, quase me afoguei. Tem mar que você entra em correnteza e te pega de surpresa. Já levei muita onda na cabeça".

A visibilidade à frente do Rolé lhe rendeu um convite para ser capa da Playboy, e Dora estampou suas curvas na edição de janeiro de 2004. Ela não se arrepende, mas considera que não foi um trabalho marcante em sua vida.

"Foi irrelevante para a minha carreira. Foi mais um trabalho que eu fiz, o nu artístico é valido. Trabalhei como modelo desde muito cedo, desde os 17, 18 anos. Fiz vários filmes comerciais, fotografei com Bob Wolfenson, J.R. Duran, Nana Moraes… chega uma hora que a mulher tem curiosidade de fazer um ensaio nu".

Quase dez anos depois, Dora se prepara para lançar, em abril, seu quarto CD que leva o seu nome e tem várias parcerias, incluindo seu pai, o também músico Carlinhos Vergueiro. Ela define como um álbum de música brasileira que trafega do reggae ao samba com uma pegada 'bem swingada'.

Enquanto isso, compõe, faz shows, trabalha com o marido em uma produtora de vídeos especializada em mergulho, prepara um projeto para o rádio e faz questão de ser uma mãe bem presente. Pelo estilo de vida que adotou não pensa em voltar à televisão tão cedo para tristeza do público masculino.

"Estou muito feliz como eu estou. A televisão consome bastante e a música hoje é 110% da minha vida, comprei meu apartamento já. Trabalhei muito com televisão, mergulhei de cabeça, mas agora não tenho tempo, ficar dez horas em um estúdio. Sou mãe presente, gosto de levar buscar, saber de tudo".

(Por Luiza Oliveira)

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