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Oscar ignora críticas por língua afiada e se diz competente como comentarista: "Entendo muito de basquete"

UOL Esporte

08/11/2012 06h00

Crédito da foto: Edu Moraes/Divulgação/Record

Dentro de quadra, Oscar Schmidt foi um dos maiores jogadores brasileiros de basquete de todos os tempos e tornou-se referência para uma geração de atletas e torcedores. Fora dela, porém, o Mão Santa divide opiniões com seu estilo polêmico e sem papas na língua como comentarista da Rede Record.

Uma das principais apostas na cobertura das Olimpíadas de Londres-2012, Oscar vive os últimos meses de seu contrato com a emissora e ainda não foi procurado para uma possível renovação. Em conversa com o UOL Esporte, porém, o ex-jogador afirmou que não se vê fora das telinhas e que ignora as críticas por sua 'língua afiada', já que se considera um especialista no assunto que comenta.

UOL Esporte – O que acha de seu trabalho como comentarista?
Comentar é algo que me agrada e, como sou bastante competente, vejo como algo natural. Entendo muito de basquete, vivi isso minha vida inteira. Sei tudo o que se passa nessa relação entre jogadores, técnicos e dirigentes. Então entendo do assunto, comento com muita propriedade.

Qual o momento como comentarista que mais te marcou?
O momento mais especial para mim foi comentar o retorno do Brasil às Olimpíadas. Estive em Pequim e não pude sentir essa emoção. Ver a seleção brasileira jogando de novo uma Olimpíada, se classificando com autoridade e jogando de igual para igual com as demais, não tem preço.

Você é conhecido por seus comentários contundentes, muitas vezes polêmicos. Algum jogador já reclamou da sua 'língua afiada'?
Uma vez um jornalista me contou que alguns jogadores estavam bravos com um comentário meu. O que eu fiz? Mandei reprisar de novo o que eu havia dito. Eu critico e elogio quando tem que fazer. Não posso esconder os erros ou elogiar quando está errado. Convivi a vida toda com as críticas e nunca briguei com jornalistas

Seu contrato com a Record se encerra em fevereiro e surgiu a notícia, publicada pela coluna Outro Canal, da Folha, de que não deve ser renovado. Alguém da emissora já conversou com você sobre essa situação?
Não tem porque me procurarem para renovar enquanto meu contrato está em vigor. Meu relacionamento é com o Raposo [Alexandre Raposo Costa], presidente da emissora. Foi ele quem me procurou e me contratou, não um diretor. Espero continuar na Record por muito tempo.

Alguma outra emissora te fez propostas para o próximo ciclo olímpico?
Não recebi nenhuma proposta, pois todos sabem que tenho contrato com a Record. Não estou pensando em nada, tenho contrato até fevereiro e sigo gravando meus quadros para o Esporte Fantástico, que têm bastante audiência. Além disso continuo com meu trabalho como palestrante. Me ajuda muito na hora de falar na televisão, não tenho vícios de linguagem.

Você quebrou contrato com a Globo para ir para a Record. Como foi seu desligamento da emissora?
Paguei a multa nestes dias. Foi algo profissional. Pedi para romper o contrato e paguei a multa rescisória, nada demais. Claro que não sou mais chamado para os programas da Globo por estar na Record, assim como não era chamado pela Record quando estava na Globo.

Além de ser comentarista e palestrante, pensa em voltar a trabalhar diretamente com o basquete, voltar a ser dirigente? [Nota: Oscar fundou em 2005 a Nossa Liga de Basquete, campeonato nacional paralelo ao da CBB, e criou uma equipe no Rio de Janeiro. Devido a problemas políticos e financeiros, a competição foi encerrada no ano seguinte]
É muito fácil ser dirigente no Brasil, já tive essa experiência, montei com sucesso uma equipe no Rio de Janeiro e hoje a Liga Nacional existe por minha causa.  Quem viveu dentro do basquete sabe como montar um time. Mas nesse momento não tem como voltar a exercer essa função, já estou até o pescoço de trabalho com as palestras e meu trabalho na Record.

Podemos esperar o Oscar como comentarista nas Olimpíadas do Rio-2016?
Com certeza. Será uma grande festa no Rio de Janeiro e estarei presente. O basquete brasileiro já está classificado para as Olimpíadas por ser sede e quero muito comentar os jogos da seleção em nosso país. Será mais um momento especial.

(Por Daniel Neves)

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